Cada pisada produz 7 watts. Uma lâmpada localizada na parte
central do tapete se acende para mostrar que a energia foi captada
A busca por fontes alternativas de obtenção de energia já é
uma preocupação de cientistas e designers que lidam com o tema devido ao fato
de as fontes tradicionais de combustível, como petróleo, serem finitas e
poluentes. Já existem diversas formas bem inusitadas de se obter energia:
através de campos eletromagnéticos, de algas e até de tecidos e plásticos. Mas
você já imaginou que um tapete também pudesse ter essa função?
É justamente essa a ideia por trás da nova invenção do
britânico Laurence Kemball-Cook. Trata-se de um tapete que gera energia
elétrica através de pisadas. Batizado de Pavegen, ele tem um modo de
funcionamento simples: uma placa de absorção de energia fica localizada abaixo
da cobertura feita com borracha reciclada. Ele converte energia cinética (da
força das pisadas) em elétrica, que é armazenada para ser usada para os mais
diversos fins, como no abastecimento em postes públicos e semáforos ou em
recargas de baterias e dispositivos eletrônicos.
As placas são flexíveis, à prova d’água, pesam 28 kg e tem
uma potência de 12 volts de corrente contínua. Cada pisada produz 7 watts de
potência e leva ao acendimento de uma luz na parte central da placa, que
demonstra que a energia foi captada. A borracha reciclada é preponderante na
parte superior. Já as bases da placa são formadas com mais de 80% de materiais
reciclados.
Pavegen é ideal para o centros urbanos em que existe uma
circulação grande de pessoas. Um dos locais que serviu como teste para o
produto foi a estação de trem em West Ham, em Londres. Lá, foram instaladas
várias placas, formando um tapete para conseguir captar uma quantidade de
energia razoável.
Esse foi mais um produto que tentou o financiamento
coletivo, conhecido no exterior como crowdfunding, na plataforma do
Kickstarter. Na tentativa de atrair as pessoas para o financiamento do Pavegen,
os criadores resolveram instalar algumas dessas placas no corredor de uma
escola, no Reino Unido. No entanto, surpreendentemente, o projeto não atingiu a
quantia previamente estipulada no prazo determinado.
Mas isso não abalou os criadores. Isso porque o Pavegen
despertou interesse de marcas e instituições conhecidas, como a ONG World
Wildlife Foundation (WWF) e a companhia de bebidas Johnnie Walker. A WWF, na
Hora do Planeta do ano de 2012, fez uma pista de dança com as placas e uma mesa
de luz interativa (veja mais aqui). Já a empresa de whisky criou o Johnnie
Walker keep walking project em Madri, na Espanha, em que 42 milhões de passos
foram "coletados" para serem convertidos em energia elétrica.
Outra divulgação da iniciativa se deu no Brasil, no TEDxRio+
20, em que o design Laurence Kemball-Cook veio dar uma palestra sobre a sua
criação (confira o vídeo aqui).
Aplicação e viabilidade
Uma das várias possibilidades de uso das placas seria a sua
instalação massiva em calçadas, o que faria com que as simples caminhadas
gerassem energia para alimentar os postes de luz. Outra opção seria o uso da
nova tecnologia em estações de metrô. Imagine a quantidade de energia que não
seria gerada com o enorme número de pessoas circulando nos horários de
"rush". Daria para manter o funcionamento das lâmpadas da estação.
Quanto à comercialização do produto, não se sabe o preço
exato, mas um porta-voz da Pavegen adiantou que, depois de cortar os custos
pela metade em relação ao ano de 2012, o objetivo é fazer com que o preço gire
em torno de R$ 154 por placa.
Para mais informações, visite o site oficial da Pavegen.
Confira o vídeo abaixo (em inglês) sobre divulgação do
produto:
Imagens: Pavegen
Fonte: eCycle