Pesquisadores da Unesp detectaram contaminação em 65% dos
galões de água mineral
Foto: Margaridaperola
Você costuma beber água da torneira? Caso não, a depender da
sua cidade e do estado de limpeza do seu tanque, deveria. Pesquisadores da
Unesp, em um estudo publicado na revista Food Control, detectaram contaminação
em 65% dos galões de água mineral, o que indica que a água que cai da torneira
talvez seja menos prejudicial à saúde.
Ao analisar diversas amostras, a líder do estudo e
pós-doutoranda da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp, Maria Fernanda
Falcone Dias, encontrou níveis preocupantes de bactérias antes mesmo do
vencimento do prazo de validade indicado no rótulo – em alguns casos, até nos
primeiros dias de envase.
Por ser oriunda de fontes naturais, a água mineral não passa
por nenhum tipo de tratamento. Mas ela deve ser livre de contaminação na origem
e preservar suas características originais, com sais e micro-organismos
benéficos à saúde humana. As fontes de água mineral devem ser certificadas pelo
Departamento Nacional de Pesquisa Mineral. Por outro lado, a água vinda do
abastecimento público passa por tratamento químico e físico, além de análises
microbiológicas antes de ser distribuída nas cidades.
Análise
A pesquisa analisou 324 amostras de seis marcas adquiridas
em Araraquara (SP) em épocas diversas. As garrafas de meio litro e de 1,5 litro
foram avaliadas em 11 ocasiões ao longo de um ano, prazo recomendado para seu
consumo, enquanto os garrafões de 20 litros foram testados cinco vezes durante
os 60 dias de validade do produto.
Dos três tipos de embalagens, a de 20 litros foi a mais
contaminada. Cerca de 65% das análises verificaram uma contagem de micro-organismos
superior a 500 UFC/ml, o limite considerado para água de torneira – às vezes
chegando a 560 mil UFC/ml, mais de mil vezes acima do padrão para a água da
rua.
Foram detectados ainda a bactéria P. aeruginosa, que agrava
a saúde de quem tem o sistema imunológico comprometido, e enterococos,
indicadores de contaminação por esgoto. Para os cientistas, a contaminação
geralmente decorre de falhas de higienização na indústria. Segundo eles, o
ambiente, as embalagens e as tampas são fontes potenciais de bactérias, além
dos próprios equipamentos e reservatórios de armazenamento das empresas.
Fonte: EcoDesenvolvimento