A cidade que recebeu, a Conferência das Nações Unidas Sobre
Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) começa a costurar nesta semana uma
legislação incentivando os “prédios verdes” — que adotam métodos construtivos
menos agressivos ao meio ambiente e tecnologias de economia e eficiência no uso
de água e energia. A proposta, que será encaminhada pelo prefeito Eduardo Paes
à Câmara dos Vereadores, prevê benefícios fiscais, como descontos de até 50% ou
mesmo isenção de IPTU e ITBI, além de redução de ISS, durante as obras e após o
habite-se. A nova legislação prevê ainda que os prédios ecológicos possam se
beneficiar de mudanças pontuais na legislação urbanística, como coberturas e
pavimentos de uso comum maiores, e vagas de garagem menores.
Um decreto que será publicado nesta segunda-feira no Diário
Oficial do município criará os selos Qualiverde e Qualiverde Total, que serão
dados a projetos multifamiliares ou comerciais novos ou de reforma, a partir de
uma classificação por pontos. A adoção de dispositivos de economia e de reuso
de água, painéis solares como fonte de energia e telhados com cobertura verde,
por exemplo, contarão a favor da certificação. Para ganhar os selos, os
projetos terão que somar de 70 a 100 pontos.
— Uma medida que estimule construções sustentáveis é
fundamental. Esperamos uma resposta rápida da Câmara para colocar a legislação
em vigor ainda este ano — diz Paes.
Renúncia fiscal de R$ 9,8 milhões
Se a proposta for aprovada, os selos darão direito a
descontos de 50% ou isenção de IPTU durante as obras, até o limite de dois
exercícios fiscais. Após o habite-se, a redução de IPTU poderá ser de 10% ou
20% para os moradores, conforme a classificação obtida. E valerá por três anos,
podendo ser renovada indefinidas vezes, desde que os prédios mantenham as
características sustentáveis. Segundo o secretário municipal de Urbanismo,
Sérgio Dias, quaisquer alterações poderão acarretar a perda dos benefícios.
— A ideia é criar uma rede de proprietários que atuem como
fiscais. Se um dono de unidade fechar uma varanda, por exemplo, o prédio
inteiro perde o benefício — explica Sérgio Dias.
A prefeitura proporá ainda descontos de 50% ou isenção de
ITBI na primeira aquisição dos imóveis verdes. E alíquotas especiais de ISS de
1,5% ou 0,5% para os projetos. Hoje, a alíquota de ISS da construção civil é de
3%. Um estudo sobre o impacto das medidas na arrecadação do município, feito
pela Secretaria de Urbanismo, mostra que, se 15% dos projetos novos da cidade
se enquadrassem nos critérios do Qualiverde, fazendo jus aos benefícios, a
renúncia fiscal seria de cerca de R$ 9,8 milhões ao ano.
Pela proposta, nos prédios Qualiverdes as coberturas poderão
ocupar 75% da área do andar inferior. Hoje esse limite é de 50%. Já os
pavimentos de uso comum poderão ocupar 100% da projeção do prédio (hoje o
percentual é de 50%). E 20% das vagas de garagem poderão ser menores que o
tamanho padrão atual, de 2,5 metros por 5 metros. Uma vaga poderá ainda barrar
o acesso a outras da mesma unidade. Hoje isso é proibido, apesar de ser comum
em prédios do Rio.
A prefeitura quer em grande escala uma prática hoje isolada.
Um exemplo de prédio verde na cidade é o edifício Marquês dos Reis, no Centro,
que, entre outras medidas, adotou telhado com vegetação para captar água da
chuva. Reformado em 2011, o prédio deverá receber certificação internacional
LEED, de projetos ecológicos.
Fonte: O Globo
Todas as Metropolis poderiam seguir o Excemplo, com fiscalização rigida.
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