Zona Sul carioca é vastamente arborizada...
Foto: Reprodução/Google
Nem sempre é fácil identificar a desigualdade de renda.
Diversos fatores motivam a distribuição desigual de recursos entre uma
população, a exemplo de escolaridade, gênero e raça. Mas o Google Maps fornece
uma boa estratégia para descobrir a desigualdade de renda: basta olhar as árvores.
Sim, isso mesmo. As linhas definitivas da desigualdade de
renda podem ser visualizadas por satélite apenas com base no número de árvores
que o local abriga. É simples: no Rio de Janeiro, por exemplo, a vista do alto
da Rocinha é um amontoado de concreto, enquanto na Zona Sul pode respirar o ar
puro propiciado pelo verde novamente.
..Enquanto na favela da Rocinha, só se vê concreto
A correlação entre a quantidade de árvores e a renda em
áreas urbanas foi feito pela primeira vez em um estudo de março de 2008.
Segundo os pesquisadores, que avaliaram 210 cidades norte-americanas com
população superior a 100 mil pessoas, quando aumenta a população de renda média
em uma determinada área, a demanda por árvores também aumenta.
Portanto, os bairros mais ricos têm, frequentemente,
cobertura arbórea mais densa do que as áreas mais pobres, fazendo com que a
árvore vire uma mercadoria de luxo.
Acaso?
Em sua pós-graduação, o jornalista Tim De Chant foi além da
teoria da pesquisa e resolveu comprovar a tese através das imagens do Google.
Ele encontrou exemplos em cidade no mundo todo: desde o Rio, passando Houston,
Chicago e Pequim. Para ele, a relação ente cobertura arbórea e a renda não é
meramente ao acaso.
As árvores estariam concentradas nas regiões urbanas mais
ricas porque proporcionariam inúmeros benefícios, como a sombra, que reduz os
custos de refrigeração no verão. Além disso, as árvores filtram a poluição particulada,
diminuindo a incidência de asma e cortando despesas de saúde. Elas também podem
reduzir o estresse e tornar as pessoas mais produtivas no trabalho.
Fonte: EcoDesenvolvimento