A qualidade dos pneus usados no carro pode interferir no
consumo de combustível? A resposta é sim, e de maneira significativa: redução
de 5% a 7% de consumo e, em consequência, menor emissão de poluentes. Estima-se
que, com essa economia de combustível, um motorista que roda 50 km por dia
deixa de poluir o equivalente a 200 garrafas PET não recicladas. Para deixar
mais transparente essa relação, o Inmetro vai tornar obrigatória a etiquetagem
para pneus.
A avaliação da qualidade do produto será feita com base na
capacidade de frenagem em piso molhado, no nível de ruído e na resistência ao
deslocamento, ou seja, o índice do atrito da borracha com o solo. "Quanto
maior a resistência ao deslocamento, maiores são o consumo e a emissão de
poluentes", diz o técnico do Inmetro Fábio Real, acrescentando que a
etiqueta também tem a intenção de tornar o pneu ainda mais seguro para o
consumidor ao fazer o teste de frenagem. Já o teste de ruído tem o objetivo de
aferir a poluição sonora na rodagem. O programa nacional segue os padrões
utilizados na Europa, que a partir de novembro deste ano só comercializará
pneus devidamente etiquetados. Fábio Real salienta que o Brasil ainda tem
necessidade de investir na construção de um laboratório independente, pois
atualmente os testes só podem ser feitos em cinco institutos europeus
credenciados pelo Inmetro.
A portaria apresentada pelo Inmetro passou por consulta
pública e deve ser publicada em setembro. A partir disso, os fabricantes de
pneus terão o prazo de 18 meses para se adequar às regras. Para o comércio
ainda haverá 36 meses para comercializar pneus sem a certificação. "A
previsão é que em 2016 todos os pneus sejam vendidos etiquetados", diz
Real.
Roberto Falkenstein, diretor de pesquisa e desenvolvimento
da Pirelli, afirma que os fabricantes estão preparados para atender a esse
prazo. "As empresas foram devidamente consultadas antes da publicação da
portaria, tanto quanto a normas quanto a prazos. Para os grandes fabricantes,
produzir pneus de acordo com a etiquetagem será mais fácil, já que os produtos
são globais e terão de se adaptar já neste ano aos padrões da Europa."
Fonte: Planeta Sustentável