A Associação Paulista de Supermercados (Apas) divulgou um
vídeo para os supermercadistas sobre a necessidade de manter a campanha da
sacola retornável no Estado de São Paulo. No vídeo, postado no site da
associação, o presidente da Apas, João Galassi, afirma que o setor enfrenta uma
situação judicial, mas não pode perder o foco na sustentabilidade. "Façam
ação sem parar", diz Galassi.
De acordo com a Apas, cerca de 1 bilhão de sacolinhas
descartáveis deixaram de ser distribuídas durante os 80 dias em que vigorou a
proibição da distribuição gratuita. Em 25 de junho, a juíza Cynthia Torres
Cristófaro, da 1ª Vara Central de São Paulo, determinou, até o julgamento do
mérito, o fornecimento de sacolas adequadas - e em quantidade suficiente - para
que os consumidores transportem as compras gratuitamente. Cabe recurso à
decisão.
"Nosso programa é de longo prazo. Vamos aguardar agora
a negociação da entrada de um recurso. O vendedor de plástico quer voltar a
situação como era. Mas isso não vai acontecer nunca mais. Não vai voltar nunca
mais esse desperdício", afirmou o presidente da Apas.
Na terça-feira (10), a desembargadora Berenice Marcondes
Cesar, do Tribunal de Justiça de São Paulo, rejeitou recurso do Carrefour
contra a liminar que determinou a volta da distribuição gratuita de sacolas. No
despacho, a desembargadora indeferiu o efeito suspensivo pleiteado pelo
recurso, "por não terem sido preenchidos os requisitos previstos no artigo
558 do CPC (Código de Processo Civil)". O artigo prevê urgência para
deferir um efeito suspensivo.
Segundo Marli Sampaio, presidente da Associação Civil SOS
Consumidor, que entrou com a ação civil pública contra o fim das sacolas
plásticas nos supermercados paulistas, o julgamento do mérito deve ocorrer
entre 30 e 90 dias.
Nesse período, de João Galassi, conta no vídeo que a Apas
vai promover uma campanha com distribuição de documentário e informações sobre
a importância do fim da sacola descartável para o meio ambiente. Ele avalia que
o uso de sacola retornável deve ser recompensada para continuar estimulando seu
uso. "O cliente que lembrar da sacola retornável deve ser premiado",
acredita.
O presidente da Apas sugere até que os empresários orientem
os operadores de caixa a esconder as sacolinhas de plástico como forma de dar
continuidade na política adotada nos supermercados paulistas. "Mas para
atender a determinação legal sugerimos o sacolas produzidas a base de aparas
por conta do baixo custo e por ser mais sustentável", afirma.
Galassi avalia que os supermercados paulistas conseguiram
criar uma discussão importante por todo o Brasil. "Não podemos perder
nosso Norte. Muitas pessoas pensam que estamos visando benefício econômico, o
que não é verdade. A sacolinha descartável gera uma série de problemas para o
meio ambiente e a população em geral. Estamos no caminho certo da
sustentabilidade".
No vídeo com duração de 38 minutos, Galassi destaca que
ninguém pode impedir os supermercados de realizar uma ação de conscientização.
"Podem nos obrigar a entregar um produto que não acreditamos. Mas ninguém
pode impedir nossa ação de concretização. Ninguém pode impedir coleta de
pilhas, baterias e óleo. Ninguém consegue manter um processo desse a base de
lei", conclui.
Confira o video abaixo:
Fonte: Estadão