Oceano: seguindo a tendência
global, o Brasil obteve sua nota mais baixa
em uso dos produtos naturais (15),
provisão de alimentos (24) e
turismo (34) ©AFP/Getty Images/Arquivo / Brendan
Hoffman
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Um indicador que avalia a saúde
dos oceanos e os benefícios que são capazes de proporcionar mostra que a
situação média para o planeta é crítica. Há uma capacidade muito baixa de
fornecer alimentos e de aproveitar os produtos naturais e as possibilidades de
turismo dos mares, o que deixa a nota global em 65 dentro de 100 possíveis.
A avaliação, divulgada ontem, 15,
é uma atualização melhorada do Índice de Saúde do Oceano, lançado em 2012. O
trabalho colaborativo de cientistas de várias universidades e ONGs liderados
por Ben Halpern, do Centro Nacional para Análise e Síntese Ecológica, dos EUA,
avalia a pontuação obtida por 221 zonas econômicas exclusivas em dez itens. O
Brasil tirou nota 66, ficando na 83ª posição.
Além dos três tópicos citados
acima, são avaliadas as condições de oportunidades de pesca artesanal,
biodiversidade, economia e subsistência costeira, águas limpas, armazenamento
de carbono, proteção costeira e identidade local.
Do ano passado para cá houve uma
mudança na metodologia que elevou as notas médias dos países, mas, de acordo
com os organizadores, nas condições gerais, não houve nenhuma melhora.
"A situação continua péssima
em todo o mundo. Estamos usando mal os oceanos. Abusamos dos recursos, fazemos
ocupação desordenada da costa, poluímos, fazemos um turismo predatório e por
causa disso tudo estamos colocando esse grande bioma em risco", afirma
André Guimarães, diretor executivo da Conservação Internacional no Brasil, que
colabora com o levantamento.
Ele lembra, no entanto, que só um
ano se passou desde que o estudo começou a ser feito, o que não é tempo
suficiente para ver mudanças. "O índice traz oportunidades para planejar
esse uso. Antes, não tínhamos parâmetros para acompanhar o que acontece, tanto
para o bem quanto para o mal", comenta.
Seguindo a tendência global, o
Brasil obteve sua nota mais baixa em uso dos produtos naturais (15), provisão
de alimentos (24) e turismo (34). Nos três casos, a nota nacional é menor que a
média do planeta (respectivamente 31, 33 e 39). O País vai melhor em
oportunidades de pesca artesanal (99 ante 95), armazenamento de carbono (92
ante 74) e proteção costeira (85 ante 69).
Fonte: Exame.com