O que define aquilo que chamamos
de lar, doce lar? Um lugar com pelo menos quatro paredes e pessoas dentro? Para
o professor americano Jeff Wilson, uma casa pode ser algo tão incomum,
acredite, como uma caçamba de lixo.
Para provar sua teoria, ele
resolveu o trocar conforto do seu endereço antigo (regado de mordomidas e
excessos comuns ao estilo de vida americano) para morar durante um ano inteiro
em uma lixeira de três metros quadrados, ou cerca de 1% do tamanho médio das
novas casas americanas no ano de 2011.
O que parece ser um ato de
delírio, na verdade é fruto de muito pensamento e grande planejamento. E ele
não está sozinho nessa empreitada. A mudança radical no estilo de vida, que lhe
rendeu o título de "Professor Lixão", é parte de um projeto inédito
da Universidade Huston Tillotson, na cidade de Austin, Texas, que vai transformar a caçamba insalubre em um
laboratório sustentável de ensino sobre moradia de baixo impacto.
Com a experiência, o professor e
sua equipe buscam captar a atenção de um grande público e inflamar, de maneira
divertida, o diálogo em torno do conceito de viver com menos. Morar em uma
lixeira, nesse caso, é uma forma de criticar a chamada sociedade da abundância
– caracterizada pelo consumo excessivo a custos ambientais elevados, começando
pela geração de lixo.
“A lixeira é o símbolo perfeito
para apresentar temas sobre os resíduos e o consumo de uma forma atraente. É
estranho, mas é divertido”, diz o site do projeto. E a medida que aumenta o
consumo segundo os padrões atuais, cresce também a nossa dívida ecológica.
Extreme makeover: transformando uma lixeira em casa
Durante as fases iniciais do
projeto, lançado no último fim de semana, o professor vai viver numa situação
de camping. Com a nova morada devidamente higienizada, ele vai contar com
apenas um saco de dormir.
Mas ao longo do tempo, o espaço
será preenchido de comodidades da habitação moderna, como chuveiro, cozinha,
cama, e até acesso Wi-Fi. No entanto, cada elemento da nova casa deverá
representar um forte contraste em relação aos os níveis de consumo do estilo de
vida americano médio.
Será um modelo "zero
net", o que significa que ele irá consumir apenas a quantidade de
eletricidade que produz através de painéis solares. Sistemas inovadores também
serão desenvolvidos para filtragem de água, controle de temperatura e redução
de resíduos.
Ontem, o projeto lançou um blog
para quem quiser acompanhar o passo-a-passo dessa experiência inovadora.
Fonte: Exame.com




