O governo do Brasil, a Nasa
(Agência Espacial Norte-Americana) e a União Europeia utilizarão na floresta
amazônica um sistema de informação ambiental desenvolvido na Universidade de
Granada, da Espanha, informou nesta sexta-feira (11) a instituição acadêmica.
Os pesquisadores espanhóis
participam do projeto Large Scale Biosphere Atmosphere Experiment in Amazônia
(LBA), experimento em grande escala sobre a atmosfera e a biosfera da Amazônia
no qual participam mais de 800 cientistas de diferentes países. A iniciativa é
um dos maiores projetos ambientais já realizados em nível mundial e é
coordenado pelo Inpa (Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia).
A iniciativa pretende conhecer
com detalhe o papel da floresta amazônica no sistema climático global, já que
constitui a maior superfície florestal tropical de todo o planeta e contém,
além disso, um terço da diversidade biológica de toda a Terra.
O papel dos pesquisadores da
Universidade de Granada será planejar uma série de aplicações informáticas para
armazenar a enorme quantidade de dados gerados durante o desenvolvimento do
projeto e que se seguem gerando na atualidade.
Francisco Javier Bonet García,
cientista da Universidade, explicou que atualmente existem 23 torres de fluxos
de carbono na Amazônia, que coletam dados desde os anos 1990.
"No total, estimamos que
haverá cerca de 3 terabytes de dados prontos para serem processados e
armazenados. Nós usaremos bases de dados potentes para integrar toda essa
informação; desenvolveremos um sistema para realizar consultas dinâmicas à informação
anterior", declarou.
Em uma segunda fase, os
pesquisadores se encarregarão de integrar os dados anteriores a outros de
caráter biótico: inventários florestais para caracterizar a estrutura da
floresta e censos de fauna.
Os cientistas acreditam que a
grande quantidade de organismos que vivem na Amazônia, fazem a fotossíntese e
retiram carbono da atmosfera devem provocar um efeito em escala global.
O objetivo final do projeto LBA é
determinar se essas florestas podem ser consideradas o pulmão da Terra.
A iniciativa pretende compreender
o funcionamento climatológico, ecológico, biogeoquímico e hidrológico da região
e avaliar o impacto das mudanças no uso do solo nessas funções e explicar as
interações entre a Amazônia e o sistema biogeográfico global.
Fonte: Uol.com