Computadores velhos, acessórios e
dispositivos eletrônicos usados se transformaram em matéria prima nas mãos do
pesquisador Kodjo Afate Gnikou, do Togo, que montou a primeira impressora 3D
com baixo custo, fabricada com resíduos eletrônicos. O objetivo é comercializar
o equipamento em larga escala, dando um destino viável ao preocupante volume de
lixo deste tipo, que é muito comum nos aterros em várias partes do mundo.
Uma das missões que a impressora
fabricada com resíduos vem cumprir é reduzir os impactos socioambientais da
obsolescência programada, que sempre foi uma tendência da indústria de
tecnologia. O cientista togolês trabalha num centro de tecnologia e conta com o
apoio dos franceses da FacLab-France, importante empresa de inovação que vem
desenvolvendo um projeto para levar máquinas de material reciclado em missões
espaciais a Marte.
Os planos de comercialização da
impressora 3D estão a todo vapor – de acordo com o InHabitat, o equipamento
deverá custar 100 dólares, algo em torno de 218 reais – preço mais do que
acessível para as impressoras 3D, que, além de serem raramente encontradas,
também são vendidas a preços exorbitantes. Com a invenção, Gnikou pretende
disponibilizar a tecnologia à população carente e dar oportunidade de os países
africanos participarem efetivamente dos avanços científicos.
Os componentes que formam a
impressora são recolhidos no lixo jogado em Lomé, capital do país africano com
pouco menos de 850 mil habitantes. O cientista togolês informou que poucas
peças foram compradas para serem utilizadas na montagem do equipamento. O
projeto arrecadou verba além da necessária no Ulule, plataforma europeia de
financiamento coletivo.
Fonte: Ciclo Vivo