Diversas causas de poluentes foram analisadas. Expectativa
de vida de quem é muito exposto diminui em dez anos
Cerca de 200 mil mortes prematuras ocorrem anualmente, nos
Estados Unidos, devido a problemas ocasionados pela poluição atmosférica. A
afirmação está presente em estudo divulgado pelo Laboratório de Aviação e Meio
Ambiente do Massachussets Institute of Technology (MIT), em agosto de 2013.
A equipe do laboratório examinou as emissões de áreas
industriais, de veículos, de residências e edificações comerciais, de plantas
de fabricação de elétrica (via termoelétricas), e dos transportes de trem e
marinho para chegar a tal conclusão. O estado com a poluição mais intensa é a
Califórnia, que possui um índice de mortalidade precoce ocasionada por
poluentes de 21 mil habitantes por ano. Em termos municipais, Baltimore,
localizada no estado de Maryland, é a "campeã", contando com 130
mortes a cada 100 mil habitantes devido à poluição do ar.
O estudo foi realizado com dados coletados no ano de 2005. O
mapeamento ocorreu em 5.965 cidades dos Estados Unidos.
Segundo um dos participantes da pesquisa, o professor de
astronomia e aeronáutica Steven Barret, as pessoas que desenvolvem problemas
relacionados à poluição atmosférica morrem, em média, dez anos antes do que
deveriam morrer caso vivessem em localidades não poluídas.
Metodologia
A partir da coleta dos diversos tipos de emissões, a equipe
de Barret testou todas as amostras em um simulador de impacto de emissões em
partículas e gases na atmosfera. Para verificar as localidades em que as
emissões tinham maior impacto, cada amostra de setor de emissão de poluentes
(indústria, veículos, transporte marinho, etc.) foi removida da simulação, para
que se observasse a diferença das concentrações. A equipe sobrepôs os dados
finais em mapas de densidade de poluição em todo o país, para observar quais
populações eram as mais expostas à poluição de cada fonte.
Principais setores poluentes
A pesquisa apontou que a poluição oriunda dos automóveis é a
que mais mata nos EUA - das 200 mil mortes anuais, 53 mil têm como causa a
poluição dos carros. A produção de energia elétrica (de fontes não renováveis,
como termoelétricas) está em segundo lugar, com 52 mil mortes. Já as emissões
industriais são o principais problemas em grandes cidades, como Los Angeles,
Philadelphia e Atlanta.
De acordo com Barret, nos últimos dez anos, as evidências de
que a poluição realmente acarreta mortes prematuras trouxe luz à questão, pois
se trata de um problema político que é um dos mais graves de qualquer grande
cidade.
Brasil
Em São Paulo, a maior metrópole brasileira, a poluição do ar
também é grande vilã, chegando a matar, de acordo com estimativas da Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB), corroboradas pelo médico e
professor de patologia da USP, Paulo Saldiva, até 20 pessoas por dia, em média.
O que a poluição faz?
Como o sistema respiratório e cardiovascular é interligado,
a poluição do ar acaba criando pesados efeitos à saúde. Quando a poluição
adentra o sistema respiratório, as partículas acabam sendo transmitidas ao
sistema circulatório pelos alvéolos pulmonares, onde causam danos à saúde
humana, como inflamações respiratórias e diminuição da capacidade respiratória,
aumentando assim o risco de infarto e outras doenças cardíacas e respiratórias.
Outras doenças crônicas, como a bronquite, a rinite e a asma também costumam
ter agravamentos em seus quadros, em locais com acúmulo de poluentes.
Muitos sintomas estão relacionados à poluição, como tosse
seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta. Caso sinta qualquer uma
destes sintomas ou tiver histórico de doenças respiratórias crônicas,
recomenda-se que diminua ou pare a atividade física ao ar livre (veja aqui
algumas dicas para se exercitar em grandes cidades).
Fonte: eCycle