Já parou para pensar no caminho que o cocô faz pelos canos?
Lá no final ele se junta a muitas outras coisas, formando lodo e dando origem a
novos projetos
Tudo o que nós comemos tem que sair do nosso corpo uma hora,
certo? E é através do cocô que eliminamos o que não foi usado pelo nosso
organismo: depois que todos os nutrientes necessários foram retirados dos
alimentos ingeridos, forma-se o bolo fecal, que será eliminado.
Quando defecamos no vaso sanitário de nossas casas, o cocô é
levado pela água, através de um caminho de canos, até chegar à estação de
tratamento. Lá, a água que trouxe as fezes se encontra com a que trouxe xixi,
com a que veio do banho (contendo resíduos de xampu e sabonete), com a que veio
da chuva e por aí vai.
Um grande problema é que na estação de tratamento não há
apenas um acúmulo de excretas humanas, mas também existem camisinhas usadas e
papel higiênico descartados pelo vaso, celulares que foram perdidos esgoto
abaixo, e móveis que foram jogados diretamente nem um córrego de esgoto. E os
canos que participam do processo de tratamento acabam sendo entupidos por esses
materiais que foram descartados de forma errada.
Na estação, bactérias são adicionadas para degradar o
material orgânico que veio pelos canos, formando o lodo e limpando a porção
líquida do esgoto. O lodo continuará a ser degradado por bactérias, que
liberarão metano, enquanto que a água, limpa porém não potável, será devolvida
a rios ou usada pra limpeza de ruas ou manutenção de jardins.
O reprocessamento de água pode trazer de volta nutrientes
importantes que derivaram de atividades econômicas ou domésticas, como a
recuperação de fosfatos presentes em fertilizantes e que serviriam para gerar
energia. A água do esgoto poderia então ser uma rica fonte de matéria-prima.
Mas não é por isso que devemos dar destino errado ao lixo que produzimos. Veja
mais dicas aqui sobre como reciclar seus resíduos.
Fonte: Grist