Para acabar com o desperdício, aplicativo criado por dois
americanos permite encontrar um destino para sua comida que não o lixo
A fome não era tanta, mas a comida era muita? Em vez de
jogar no lixo, que tal compartilhar com alguém que esteja por perto e com fome?
Um novo aplicativo chamado Leftover Swap, que será lançado em agosto de 2013
trará a possibilidade dessa troca. Criado pelos americanos Dan Newman e Brian
Summersett, o aplicativo traz uma proposta contra o desperdício de comida.
Como funciona?
Se você não aguenta mais a sua comida e não quer
desperdiçar, basta tirar uma foto e postar no aplicativo oferecendo sua
refeição, e, por outro lado, se você está com fome, dê uma checada para ver se
tem alguém por perto querendo compartilhar o que não pôde comer.
O país do desperdício
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA,
sigla em inglês) e a Agência de Proteção Ambiental (EPA, sigla em inglês)
lançaram o programa U.S. Food Waste Challenge (desafio do desperdício de
comida), convocando todas as redes de alimentos para reforçarem os conhecidos
três “erres” - reduzir, reutilizar e reciclar.
Segundo a USDA, nos EUA existe um enorme desperdício de
alimentos, estimado entre 30% e 40%. O país possui o maior suprimento de
alimentos do mundo, afirmou o secretário Vilsack, mas grande parte da produção
é desperdiçada ao invés de ser encaminhada para pessoas que necessitam. Além
disso, deve-se pensar também na redução do lixo que vai parar em aterros, visto
que a decomposição dos alimentos produz gases que desequilibram o efeito
estufa.
A USDA já toma suas primeiras iniciativas investindo em
programas de conscientização em escolas, e no desenvolvimento de tecnologias
que ajudem na redução do desperdício.
Uma solução
Os criadores do aplicativo Leftover Swap têm a proposta de
trazer uma solução alternativa para o problema do desperdício. Entre os
benefícios descritos no site de promoção do aplicativo, estão, para além da
redução do desperdício, uma forma de interação, já que 25% das pessoas não
conhecem seus vizinhos, 70% estão acima do peso, 16% não têm comida o
suficiente e 99% não precisam de uma segunda porção de carne. Parece incrível,
não?
Será que vira?
Em uma coluna da CNN, Jarrett Bellini diz que as únicas pessoas
que ele imaginaria de fato utilizando o aplicativo são moradores de rua que
possuam um celular, o que seria bem improvável. Outra revista eletrônica, a NRS, afirmou que os Oficiais de Saúde já estão alertando sobre o perigo que
isso representa para a saúde. Sobras de comida são fontes de doenças
transmitidas por alimentos, e seria difícil de encontrar a origem daquele
alimento, pois mesmo que tenha vindo de um restaurante que segue estritamente
as normas de higiene, a pessoa que estava comendo e quer compartilhar seus
restos pode não ter uma higiene adequada.
Em defesa às criticas, Newman reitera que ele sabe que o
aplicativo não é para todo mundo, mas ainda assim existem os que adotam a
ideia, e é uma questão também de se ter confiança nas pessoas que estão na rede
de troca. Sem muitas expectativas de lucro, o aplicativo será grátis, e, por
enquanto, só para iPhones, mas logo sairá a versão para Android.
Solução para o desperdício? Talvez não, existem muitas
limitações nessa ideia alternativa, visto que a maioria das pessoas que
estariam aptas a ficar com restos são pessoas, que, em geral, não têm a
possibilidade de obterem um iPhone, por exemplo. Solução mesmo é o investimento
em programas de conscientização ambiental, compostagem, e desenvolvimento de
tecnologias sustentáveis, mas não deixa de ser válido ter mais uma forma de
diminuir o desperdício.
Fonte: eCycle