O hábito é tão antigo quanto a própria agricultura: guardar
e compartilhar sementes de plantas e alimentos entre produtores. De uns tempos
para cá, no entanto, com a intensificação da agricultura industrial e o
controle de grandes empresas sobre as patentes de sementes, a prática quase
caiu em desuso. Prevaleceu o uso das geneticamente modificadas sobre as quais
têm-se uma espécie de “direito autoral”.
Para combater esta situação e promover o plantio de sementes
não modificadas e não patenteadas, nasceu o movimento Eating in Public, no
Havaí. Os adeptos montam estações em lugares de grande movimentação como
livrarias, cafés e centros comunitários, em que qualquer interessado pode
deixar sua contribuição e pegar o que deseja. O único requisito é que as
organizações cuidem da manutenção de cada estação.
“Salvar e compartilhar sementes é fundamental para a nossa
liberdade, a autonomia do capitalismo, e crucial para nossa sobrevivência.
Dentro de cada semente há um depósito de conhecimento: são informações que
indicam o tipo de solo em que foi cultivada, a quantidade de sol, a chuva e os
nutrientes de que ela necessita, quando germinar e quando der frutos”, explica
o movimento em seu site.
As estações são construídas pelo movimento com sucata e
materiais reciclados. Em cada uma deve ser deixado um kit com envelopes, lápis,
borracha, carimbo e grampeador, além de 50 pacotes de sementes para começar a
troca. Quem vive fora do Havaí e se interessa pelo projeto, pode fazer o
download do guia para montar sua própria estação. Já existem adeptos em
diversas cidades dos Estados Unidos, da Alemanha e algumas do Canadá.
Fonte: Super Interessante