Usinas OTEC produzem, de modo contínuo, energia limpa por
meio das águas dos oceanos, mas há poucas em operação
Os oceanos são continuamente aquecidos pelo sol, criando uma
diferença de temperatura entre a água que fica na sua superfície e a que fica
nas suas profundezas. As partes do oceano localizadas entre essa variação de
temperatura têm uma grande quantidade de energia solar, o que pode,
potencialmente, ser aproveitada para gerar eletricidade. O sistema de Conversão
de Energia Térmica Oceânica (Ocean Thermal Energy Conversion), conhecido como
OTEC (na sigla em inglês), aproveita dessa diferença térmica para gerar
energia.
A OTEC é um sistema que se beneficia da luz solar para
produzir energia 24 horas por dia por meio de um tubo de entrada de grande
diâmetro suspenso numa plataforma ancorada no oceano. Por ser dependente da luz
solar, as regiões tropicais são consideradas as mais apropriadas para a
construção dese tipo de usina. Contudo, apesar de a usina OTEC apresentar as
vantagens já citadas, como produzir uma quantidade significativa de energia não
poluente e renovável, ainda não há muitas usinas com essa tecnologia em
operação. As razões disso são os altos custos associados com a localização e
manutenção de instalações no mar e a necessidade de uma tubulação extremamente
longa e de calibre largo, para alcançar as águas que ficam no fundo dos
oceanos. Mas parece que isso pode mudar.
Nova indústria
A Lockheed Martin, empresa norte-americana do setor
aeroespacial, e a Reignwood Group, conglomerado empresarial com sede em Hong
Kong, firmaram uma parceria para construir uma usina-piloto OTEC na costa sul
da China, com capacidade entre 10 e 100 MW, para fornecer a energia necessária
para um grande resort ecológico, que está sendo desenvolvido pela Reignwood
Group. As duas empresas começarão a desenvolver a infraestrutura offshore da
usina-piloto ainda em 2013 e a construção deve começar em 2014. Quando o
projeto estiver pronto e funcionando, elas planejam usar o conhecimento e a
experiência adquiridos ao longo do projeto para melhorar o design das futuras
usinas de escala comercial.
A OTEC a ser desenvolvida terá o sistema de ciclo fechado
(além dele, há mais dois: o aberto e o híbrido), que consiste no seguinte: a
água quente da superfície é bombeada através de um trocador de calor, a fim de
evaporar um fluido com ponto de ebulição baixo, como o amoníaco. Em expansão,
esse vapor move as turbinas que produzem eletricidade. A água fria é
responsável pela condensação do vapor, fazendo com que retorne ao estado
líquido. A diferença de temperatura entre a camada fria e a morna do oceano
deve ser de pelo menos 20°C, pois quanto maior a diferença de temperatura entre
essas camadas, mais energia é produzida.
As empresas afirmam que uma usina OTEC de 100 MW poderia
produzir, em um ano, a mesma quantidade de energia que 1,3 milhão de barris de
petróleo produz e ainda reduzir as emissões de carbono em meio milhão de
toneladas. Supondo que o comércio de petróleo nos próximos anos estará cotado
em U$ 100 (mais de R$230) por barril, eles estimam que a economia de
combustível com uma usina desse tipo excederia US$ 130 milhões por ano. Saiba
mais sobre sistema de Conversão de Energia Térmica Oceânica pelo vídeo (em inglês)
abaixo:
Fonte: eCycle