Os moradores da zona oeste de São Paulo organizaram um
protesto, no último domingo (21), para evitar a derrubada de 30 árvores
saudáveis na Avenida Francisco Matarazzo. A ação cobrou uma atitude da
Prefeitura e das autoridades públicas responsáveis, que voltaram atrás na
decisão de cortar as árvores para a adequação do local às necessidades da Arena
Palmeiras, obra comandada pela construtora WTorre.
Mais de 50 pessoas foram às ruas pela permanência das
árvores no local. Com muito barulho e cartazes pendurados no canteiro da
avenida, os manifestantes fizeram com que as autoridades públicas voltassem
atrás na decisão, que daria origem ao alargamento da via – aumentando o número
de veículos no local. “Há um número considerável de pessoas que não aceitam a
‘solução’ de remover árvores para dar lugar a automóveis, numa cidade cada vez
mais carente de verde e saturada por veículos a motor”, explicam os
organizadores, na página da mobilização.
As ações do grupo organizador já vinham acontecendo na
internet, por meio de uma petição online, que, até o fechamento da matéria,
reuniu mais de 5.600 assinaturas, pressionando as autoridades da capital
paulista. No dia do protesto, os manifestantes também chamaram atenção para a
desvalorização do local que poderia ser ocasionada com a retirada das árvores.
"O clube tem que pensar que ele vai continuar aqui depois que essa obra
for entregue. Vão querer estar em um bairro piorado?", indagou à
reportagem do Estadão o designer e músico Flávio Barão, que é morador do
bairro.
A remoção das árvores havia sido proposta pela Companhia de
Engenharia de Tráfego (CET), como uma medida para atenuar os impactos da
construção da arena esportiva. Com a suspensão da derrubada, a Prefeitura
informou que a CET e a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente estão realizando
estudos para tentar evitar o impacto nas árvores da avenida, situada no bairro
da Água Branca, um dos principais alvos da especulação imobiliária na capital
paulista.
No último sábado (20), um dia antes do protesto nas ruas, a
prefeitura publicou no Diário Oficial a suspensão do corte das árvores. No
entanto, tal medida de suspensão vale apenas por 30 dias – período no qual será
realizado um estudo para viabilizar os impactos das obras da Arena Palmeiras.
Por Gabriel Felix
Fonte: CicloVivo