Muitos ainda não sabem o que fazer na hora do descarte
Hoje, o isopor está associado a um número cada vez maior de
hábitos de consumo, seja para garantir que a cervejinha fique gelada, preservar
medicamentos do calor excessivo ou qualquer outra das suas inúmeras funções.
Normalmente, na hora do descarte, ele acaba indo parar no
lixo comum sem nenhuma cerimônia. Mas o que muita gente não sabe é que o isopor
é um tipo de plástico e pode ser reciclado.
O que é?
O isopor é um produto sintético proveniente do
petróleo. Segundo a Associação
Brasileira de Poliestireno Expandido (ABRAPEX), o poliestireno expandido não
contém quaisquer produtos tóxicos ou perigosos para o ambiente e sua produção
está isento de CFCs. O gás contido nas
“células” que juntas formam o isopor é o ar.
O estireno, a principal matéria-prima utilizada na produção
do isopor, é composto químico que foi objeto de dezenas de estudos desde que os
plásticos foram desenvolvidos. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA)
encara essa substancia com desconfiança.
Após observar profissionais que tem contato diário com esse
produto, a agência constatou que pessoas expostas ao estireno passaram a sofrer
de problemas de saúde como dores de cabeça, depressão, perda auditiva e
problemas neurológicos.
De acordo com a EPA, “vários estudos epidemiológicos sugerem
que um vínculo entre a exposição ao estireno e um aumento no risco de leucemia
e linfoma. Entretanto, as evidências não são conclusivas devido à exposição a
múltiplas substâncias químicas e a informação insuficiente sobre os níveis e a
duração da exposição”.
Impacto ambiental
De acordo com análise realizada pela Unicamp, estima-se que
o isopor leve cerca de 150 anos para ser totalmente degradado. Ao chegar ao
meio ambiente, com o passar do tempo, plástico se quebra dando origem ao
microplástico, que possui a capacidade de absorver compostos químicos tóxicos,
como agrotóxicos e pesticidas, e metais pesados, como mercúrio e chumbo,
presentes principalmente nos rios, lagos e oceanos.
Muitos animais como peixes, tartarugas, baleias, golfinhos
confundem esse microplástico e pequenos
pedaços de isopor com organismos marinhos, e acabam se “alimentando”. O
resultado disso é a intoxicação não apenas dos animais marinhos, mas também de
qualquer ser que se alimente deles, incluídos aí os seres humanos.
Problemas da reciclagem
De acordo com estudo realizado pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS), anualmente, são consumidos cerca de 2,5 milhões de
toneladas de isopor em todo o mundo. No Brasil o consumo é de 36,6 mil
toneladas, cerca de 1,5% do total.
O principal problema para a reciclagem desse tipo de produto
é a viabilidade econômica. O isopor, apesar de leve, ocupa um espaço muito
grande e possui baixo preço de venda. Isso faz com que não seja uma opção
viável para catadores e cooperativas.
Novas tecnologias
Apesar das dificuldades, há quem já esteja trabalhando com o
reaproveitamento do isopor. Em parceria com duas empresas fabricantes de
embalagens, a prefeitura do Recife investiu na instalação de um maquinário que
consegue reduzir o volume do isopor em 95%, deixando-o pronto para a
reciclagem.
Curitiba também está investindo em iniciativas semelhantes.
A ideia é fabricar concreto leve aproveitando o isopor coletado em aterros,
para substituir a brita. Também está em curso o desenvolvimento de um projeto
com o Horto Municipal para aproveitar o isopor no processo de compostagem.
Fonte: eCycle
Fonte: eCycle