sexta-feira, 14 de junho de 2013

Isopor é útil, mas tem grande impacto ambiental


Muitos ainda não sabem o que fazer na hora do descarte

Hoje, o isopor está associado a um número cada vez maior de hábitos de consumo, seja para garantir que a cervejinha fique gelada, preservar medicamentos do calor excessivo ou qualquer outra das suas inúmeras funções.

Normalmente, na hora do descarte, ele acaba indo parar no lixo comum sem nenhuma cerimônia. Mas o que muita gente não sabe é que o isopor é um tipo de plástico e pode ser reciclado.

O que é?
O isopor é um produto sintético proveniente do petróleo.  Segundo a Associação Brasileira de Poliestireno Expandido (ABRAPEX), o poliestireno expandido não contém quaisquer produtos tóxicos ou perigosos para o ambiente e sua produção está isento de CFCs.  O gás contido nas “células” que juntas formam o isopor é o ar.

O estireno, a principal matéria-prima utilizada na produção do isopor, é composto químico que foi objeto de dezenas de estudos desde que os plásticos foram desenvolvidos. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) encara essa substancia com desconfiança.
Após observar profissionais que tem contato diário com esse produto, a agência constatou que pessoas expostas ao estireno passaram a sofrer de problemas de saúde como dores de cabeça, depressão, perda auditiva e problemas neurológicos.

De acordo com a EPA, “vários estudos epidemiológicos sugerem que um vínculo entre a exposição ao estireno e um aumento no risco de leucemia e linfoma. Entretanto, as evidências não são conclusivas devido à exposição a múltiplas substâncias químicas e a informação insuficiente sobre os níveis e a duração da exposição”.

Impacto ambiental
De acordo com análise realizada pela Unicamp, estima-se que o isopor leve cerca de 150 anos para ser totalmente degradado. Ao chegar ao meio ambiente, com o passar do tempo, plástico se quebra dando origem ao microplástico, que possui a capacidade de absorver compostos químicos tóxicos, como agrotóxicos e pesticidas, e metais pesados, como mercúrio e chumbo, presentes principalmente nos rios, lagos e oceanos.

Muitos animais como peixes, tartarugas, baleias, golfinhos confundem  esse microplástico e pequenos pedaços de isopor com organismos marinhos, e acabam se “alimentando”. O resultado disso é a intoxicação não apenas dos animais marinhos, mas também de qualquer ser que se alimente deles, incluídos aí os seres humanos.

Problemas da reciclagem
De acordo com estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), anualmente, são consumidos cerca de 2,5 milhões de toneladas de isopor em todo o mundo. No Brasil o consumo é de 36,6 mil toneladas, cerca de 1,5% do total.

O principal problema para a reciclagem desse tipo de produto é a viabilidade econômica. O isopor, apesar de leve, ocupa um espaço muito grande e possui baixo preço de venda. Isso faz com que não seja uma opção viável para catadores e cooperativas.

Novas tecnologias
Apesar das dificuldades, há quem já esteja trabalhando com o reaproveitamento do isopor. Em parceria com duas empresas fabricantes de embalagens, a prefeitura do Recife investiu na instalação de um maquinário que consegue reduzir o volume do isopor em 95%, deixando-o pronto para a reciclagem.

Curitiba também está investindo em iniciativas semelhantes. A ideia é fabricar concreto leve aproveitando o isopor coletado em aterros, para substituir a brita. Também está em curso o desenvolvimento de um projeto com o Horto Municipal para aproveitar o isopor no processo de compostagem.

Fonte: eCycle

Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário