Pesquisadores se preocupam com fauna e flora da região
O “progresso” e o desenvolvimento econômico acarretam uma
série de impactos ambientais. Um deles é a sempre crescente demanda por
energia, seja pela população das grandes cidades, pela indústria ou pelo
comércio.
No Brasil, uma das formas mais utilizadas para a geração de
eletricidade é a construção de hidrelétricas ao longo das grandes bacias
hidrográficas do país. Por um lado, esse tipo de investimento é extremamente
positivo, já que estamos falando de um recurso renovável e menos poluente.
Por outro, as mudanças demográficas e hidrográficas
decorrentes da criação de barragens e hidrelétricas afetam fortemente o
ecossistema e a vida das pessoas que residem em seu entorno e dependem da pesca
ou da agricultura para sobreviver.
Construção de hidrelétricas
É exatamente essa a situação encontrada no Pantanal, uma das
regiões com maior biodiversidade do mundo e a segunda maior bacia hidrográfica
brasileira. A construção de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) está mudando
a cara da região e colocando em risco diversos seres vivos.
Estudo realizado por pesquisadores da FAPESP já começa a
apontar esse problema. De acordo com eles, a soma das 30 PHCs já existentes no
Pantanal e das 87 planejadas pode colocar em risco a hidrologia da região e da
conectividade dos rios, dificultando o processo migratório reprodutivo de
peixes. Outro problema é a diminuição na quantidade de nutrientes carregada
pelos rios desde sua nascente, o que empobrece a alimentação dos peixes.
Entre os peixes em risco estão o dourado, o curimbatá, a
piraputanga, o pacu e a cachara.
Esse é um problema que já vem sendo discutido há certo
tempo. Em matéria publicada em 2010 pelo jornal O Estado de São Paulo, questões
como a ameaça à pesca, à agricultura familiar, à pecuária bovina e ao turismo
pesqueiro a partir da construção das PHCs é enfocada.
Conservação do meio-ambiente
O plano de combate dos pesquisadores está no aumento das
unidades de conservação que, de acordo com os pesquisadores, hoje é de apenas
5% da área do Pantanal. Aliado a isso está a luta pela criação de políticas de
proteção ambiental específicas para a preservação dessas bacias hidrográficas.
Investimento em outros modos de produção de energia
renovável também é uma medida colateral necessária para que a matriz energética
brasileira, essencialmente baseada em hidrelétricas, não migre para tecnologias
poluentes com o avanço do crescimento econômico.
Quer colaborar? Por que não expressar seu posicionamento
cobrar das autoridades responsáveis um posicionamento mais firme sobre o
assunto?
Fonte: eCycle