Otávio Silveira |
O aquecimento global é causado
pelo excesso de CO2 na atmosfera. Parte desse gás é absorvido pelo
fitoplâncton, um conjunto de plantas e algas que vive no mar e faz
fotossíntese, ou seja, se alimenta de CO2 e luz. Se você aumentar a quantidade
de fitoplâncton nos oceanos, em tese ele irá sugar mais CO2 e ajudará a
combater o aquecimento global. O empresário americano Russ George resolveu
testar essa ideia por conta própria: e jogou cem toneladas de sulfato de ferro
no Oceano Pacífico.
As algas adoram ferro (porque ele
é necessário à fotossíntese), e a ação provocou o surgimento de uma mancha de
fitoplâncton com 10 mil km² – seis vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Mas
isso gerou protestos na comunidade científica. Tudo porque o supercrescimento
de algas pode afetar o ecossistema marinho, levando à extinção de espécies, e
gerar efeito oposto ao planejado.
“Se você ficar jogando ferro no
mar, pode haver desequilíbrios com outros elementos. E essas microalgas podem
liberar dimetil sulfeto e outros aerossóis que podem contribuir para o
aquecimento global", diz Frederico Brandini, do Instituto de Oceanografia
da USP.
Por tudo isso, e como a técnica
viola uma Convenção de Biossegurança da ONU, alguns pesquisadores classificaram
a ação de Russ George como um ato de terrorismo ambiental. Procurado pela
Superinteressante, ele não quis dar entrevista. Apenas enviou uma nota dizendo
que a ação é “segura” e “a imprensa internacional é muito ignorante”.
Fonte: Planeta Sustentável