Grande parte dos resíduos produzidos na Noruega não vão
parar em aterros,
mas em incineradores produtores de energiaFoto1: Carla Souza/Foto2: jose.jhg
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Enquanto em alguns países, como o
Brasil, o problema está no excesso de lixo, na Noruega o problema é a escassez.
De acordo com a Time, grande parte dos resíduos produzidos pela população não
vão parar em aterros, mas em incineradores produtores de energia. Ou seja, a
população consome energia a partir de lixo queimado. Acontece, no entanto, que este
combustível está acabando.
O Hafslund Group, uma empresa de
energia norueguesa que produz e distribui aquecimento na cidade de Oslo,
anunciou que "o objetivo é substituir todos os combustíveis fósseis para
os picos de carga em 2016". A produção de energia atual nas suas
instalações chega a 1.5 TWh – o suficiente para aquecer 150 mil casas.
Para alcançar a quantidade de
energia necessária, a Noruega prepara-se para importar lixo de localidades como
os Estados Unidos, uma vez que o transporte marítimo é relativamente barato.
Tendência europeia
Ainda segundo a Time, usar o lixo
como fonte de energia está virando uma tendência na Europa e estende-se para
países como a Áustria e a Alemanha. Ambos também planejam construir mais fábricas
de incineração de lixo.
Outro exemplo está na Suécia, que
possui igualmente a intenção de importar anualmente 800 mil toneladas de
resíduos do resto da Europa, de modo a manter a sua produção de energia de
forma eficiente.
Problemas ambientais
Alguns grupos ambientalistas, no
entanto, acreditam que esta dependência do lixo é apenas uma solução em curto
prazo para as metas ambientais, e acabam criando a necessidade de gerar mais
lixo. "Há uma pressão para se produzir mais e mais resíduos desde que
existe este limite de capacidade", disse Lars Haltbrekken, presidente do
grupo ambientalista mais antigo da Noruega.
Além disso, o uso do lixo na
produção de energia contribui para desencorajar as iniciativas, cada vez mais
necessárias, visando à preservação de recursos naturais, à redução do uso de
embalagens que se tornam lixo e à adoção de práticas de reciclagem e
compostagem.
Haltbrekken defende que, em uma
hierarquia de objetivos ambientais, produzir menos lixo deve ser prioridade em
relação à produção de energia a partir de resíduos.
Fonte: Ecodesenvolvimento.com