Um grupo de pesquisadores
mexicanos desenvolveu um novo método para dessalinizar as águas oceânicas e
levar o recurso aos agricultores das regiões mais secas do México. O sistema,
já em operação, vai criar reservatórios não só para abrigar a água filtrada,
como também para reter o sal e os compostos orgânicos do mar.
O método de filtragem foi testado
com placas dessalinizadoras que foram instaladas no oceano, com o objetivo de
levar o recurso hídrico ao estado de Sonora, que sofre com a escassez da água.
Depois de extraída, a água passa por um processo de dessalinização acontece em
reservatórios localizados no Centro Regional de Pesquisa e Desenvolvimento de
Água e Energia. Lá, o líquido é misturado com solventes que facilitam a ação de
membranas semipermeáveis, responsáveis por eliminar o sal e as propriedades
orgânicas da água marinha.
O sistema beneficia a população
que não tem acesso à água, mas também pode trazer prejuízos ao meio ambiente.
Isso porque, ao retirar o sal e as propriedades orgânicas da água marinha, o
ecossistema é automaticamente afetado, podendo causar desequilíbrios nos
oceanos e fragilizar ainda mais os recifes de corais que beiram a costa
mexicana.
O novo método de dessalinização
tem custos razoáveis – estima-se que, para filtrar um litro de água, os gastos
girem em torno de um real. Além disso, é preciso estudar as questões geopolíticas,
pois o desenvolvimento das áreas litorâneas seria afetado. “O problema do
abastecimento em zonas desérticas ou semidesérticas tem a ver com a falta de
uma política hídrica integral e ecossistemática que atenda e privilegie as
necessidades humanas, entre outras”, declarou ao Tierramérica o diretor do
Escritório Noroeste do Centro Mexicano de Direito Ambiental Augustín Bravo.
Além do novo método testado no
México, existem outras técnicas de retirar o sal da água e entregar o recurso
para as pessoas. Por exemplo, é possível dessalinizar a água por meio da
destilação, cristalização ou congelamento, além da absorção ou ionização.
Fonte: Ciclo Vivo