E se as fezes do seu cachorro
pudessem ser usadas para gerar energia e garantir a iluminação de ruas e praças
da cidade? Essa é a proposta de um inovador sistema de energia renovável
previsto para ser inaugurado em julho, na Grã-Bretanha. Carinhosamente
apelidado de “Poopy Power”, o projeto pretende transformar o cocô dos animais
em bioenergia, para ser usada de forma gratuita.
De quebra, o esquema promete dar
um fim inteligente a um problema que atormenta grande parte da população, a
saber, o emporcalhamento das ruas, uma vez que não são todos os donos que
recolhem a sujeira do bichinho do chão.
Anualmente, mais de 700 mil toneladas
de fezes de cachorro são retiradas das ruas e enviadas para a terros sanitários
na Grã-Bretanha, um processo que custa 72,5 milhões de libras aos cofres
públicos, segundo o jornal Daily Mail.
Por trás dessa empreitada, está a
empresa especializada em biodigestores Streetkleen, que tem a sua frente um
ex-banqueiro de Manhathan aficionado pelo negócio, Gary Downie. Ele foi um dos
pioneiros a usar fezes de cachorro para gerar energia complementar para grandes
consumidores no campo, como indústrias. Agora, ele quer implementar o primeiro
projeto do tipo em escala comercial nos centros urbanos.
Na prática, o projeto funciona do
seguinte modo: o dono recolhe o excremento do animal do chão e, ao invés de
jogá-lo no lixo, deposita o cocô em um coletor especial que está conectado ao
sistema biodigestor, localizado no subsolo, onde as fezes são transformadas em
metano, CO2 e fertilizante. A energia gerada então pode ser usada na iluminação
pública da cidade e em sistemas de aquecimento, tudo de forma gratuita.
Ao invés de cobrar pelo
fornecimento de energia, a empresa prevê fatur com a cobrança de uma taxa para
realizar a biodigestão e também com a venda de créditos de carbono, uma vez
que, ao transformar as fezes em energia, ao invés de mandá-las para o aterro,
estaria evitando a emissão de gases efeito estufa na atmosfera, vilões do
aquecimento global.
Em entrevista ao jornal The
Independent, o idealizador do projeto diz que cada tonelada de excrementos
mantidos fora do aterro vai evitar emissões 450 kg de gases de efeito estufa.
Fonte: Exame.com