A marquise do Ibirapuera, em São
Paulo, ganhou no fim de semana "cara" de parque infantil. A diferença
foi que as atividades tinham um propósito comum: promover a consciência
ambiental.
O que mais chamou a atenção dos
mais de 100 mil visitantes do Viva a Mata (conforme a Fundação SOS Mata
Atlântica, a organizadora), foi o espírito lúdico e interativo.
Fossem teatro, fantoches, música,
contação de histórias ou brincadeiras temáticas, as atividades a um só tempo
ensinavam e divertiam.
Uma das mais procuradas foi a oficina
de pintura de cabeças de espuma de tubarão, que, depois, eram vestidas pelas
próprias crianças.
Criança brinca com ativista vestido de tubarão-martelo
durante o evento Viva a Mata / Apu Gomes/Folhapress |
"O propósito é de
desmistificar o tubarão, que ficou muito estigmatizado como vilão depois do
filme 'Tubarão', de Spielberg", explicou o biólogo Daniel Fernando de
Moura.
"O tubarão é um animal do
topo da cadeia, que regula a qualidade do ambiente. Só ataca humanos em situação
de desequilíbrio ambiental."
Gloria, 4, que participou da
oficina, diz que tinha medo de tubarões quando entrava no mar. "Agora sei
que normalmente ele só come peixe."
Outro sucesso foi o pavilhão
Ambientes Urbanos, em que crianças e adultos descreviam hábitos de transporte,
descarte de lixo e uso de energia. Calculava-se então quantas árvores por ano
cada um deveria plantar como compensação.
Nicollas Val Costa, 12, saiu-se
com 3,98 árvores. "Preciso usar menos o forno elétrico e pedir para meus
pais abastecerem o carro com etanol."
Em termos de filas, o pavilhão
que abrigava a "aventura sustentável" foi campeão.
Um escorregador despejava as
crianças numa piscina com bolinhas de várias cores, cada qual simbolizando um
tipo de lixo para coleta seletiva. Elas eram depositadas no recipiente
adequado. Ao final, todos ganhavam mudas de ipê.
DEBATE E MANIFESTO
Paralelamente à nona edição do
Viva a Mata, um ciclo de debates e palestras no MAM discutiu temas como o
consumo consciente de pescado.
Ontem, último dia do evento, foi
lançado o manifesto "Cumpra-se", que reúne organizações da sociedade
civil com o objetivo fiscalizar o cumprimento do Código Florestal, aprovado no
ano passado.
Fonte: Folha de São Paulo