Pesquisadores garantem: essa não
é uma questão fácil de resolver. Quem defende a certificação fala das questões
ambientais e do bem-estar do animal. Mas, quanto à saúde, o professor Júlio
Barcellos, do Departamento de Zootecnia da UFRGS, diz que o consumidor
brasileiro não precisa se preocupar: "A carne oriunda desses sistemas,
particularmente no Brasil, não tem muitas diferenças da carne dos sistemas
convencionais a pasto, apresentando uma qualidade muito similar, pois estes
também usam minimamente produtos de síntese". Ainda assim, o doutor Paulo
Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP, explica por que prefere comprar
orgânicos: "Defensivos agrícolas, usados nos pastos, mesmo em baixas
doses, podem causar dano aos seres humanos mais vulneráveis". A criação
orgânica garante menos antibióticos e menos fertilizantes e defensivos
agrícolas nos pastos. Mas, segundo a professora Andréa Machado Leal Ribeiro,
também doutora da UFRGS, na área de nutrição e alimentação animal, é preciso
desfazer um equívoco: "Não se coloca hormônio em carne, principalmente de
frango", ela diz. "Nem na ração nem nos animais." O que se usa,
em algumas situações, são antibióticos promotores de crescimento - substâncias
usadas em doses bem baixas que fazem uma seleção de bactérias patogênicas que
seriam maléficas à produção.
Fonte: Planeta Sustentável