Com uma pesquisa para desenvolver
um microconversor mais eficiente da energia captada por painéis fotovoltaicos
para a rede elétrica de baixa tensão, Jonas Rafael Gazoli, atualmente
doutorando da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi um dos
vencedores do prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade.
Criado a partir de uma parceria
entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a
empresa Vale, selada durante a conferência Rio+20, o prêmio apontou as melhores
teses de doutorado e dissertações de mestrado defendidas em 2011 em quatro
modalidades: processos eficientes para redução do consumo de água e de energia;
aproveitamento, reaproveitamento e reciclagem de resíduos e/ou rejeitos;
redução de gases do efeito estufa; e tecnologias socioambientais, com ênfase no
combate à pobreza.
Ao todo, foram premiadas quatro
teses e quatro dissertações. Além disso, três doutorados e três mestrados
ganharam menção honrosa. A dissertação de Gazoli, “Microinversor monofásico
para sistema solar fotovoltaico conectado à rede elétrica”, que contou com
Bolsa FAPESP, ganhou na primeira modalidade.
Segundo Ernesto Ruppert Filho,
professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) da Unicamp
e orientador de Gazoli no mestrado, o prêmio é resultado de um trabalho intenso
de mais de dez anos nos laboratórios de Eletrônica de Potência e de Dinâmica de
Máquinas Elétricas, ambos da Feec.
“Nossa preocupação é contribuir
não só com a redução do consumo de energia elétrica, mas também com o
desenvolvimento de conversores eletrônicos de potência para uso em geração
eólica e em geração fotovoltaica de energia elétrica”, disse Ruppert.
Em seu estudo, Gazoli construiu e
apresentou os resultados experimentais de um microconversor eletrônico de
potência de dois estágios que faz a conexão do painel fotovoltaico com uma rede
elétrica de baixa tensão. A ideia era dispensar o uso do capacitor eletrolítico
na transformação da energia solar em elétrica com o uso de painéis
fotovoltaicos, apontados como caros e fontes de defeitos no sistema.
“Nesse trabalho, foi desenvolvida
uma modalidade de controle do conversor e realizado um estudo sobre o algoritmo
de rastreamento do ponto de máxima potência, que é um sistema eletrônico que
varia o ponto de operação do painel fotovoltaico para ele liberar a quantidade
máxima de energia elétrica a cada instante”, disse Ruppert.
Atualmente, Gazoli é responsável
por um projeto no âmbito do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas
(PIPE), com a empresa Eudora Energia Ltda., em Campinas, para comprovar a
viabilidade técnico-científica de um microinversor monofásico para sistema
fotovoltaico – um sistema que vem ganhando mercado no mundo e no Brasil,
segundo o pesquisador.