Especialistas ouvidos pela
Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado defenderam maiores
investimentos em fontes alternativas de energia. Segundo eles, fontes como a
energia eólica ou solar podem representar fatores de desenvolvimento para o
país.
Durante o anúncio, feito nesta
semana, o presidente da Comissão, senador Fernando Collor (PTB-AL), lembrou
também que a falta de profissionais no setor é um obstáculo. “Um dos principais
nós para que o Brasil possa se desenvolver a taxas compatíveis com o que a
sociedade deseja, merece, precisa é a falta de mão de obra especializada, e em
todas as áreas, não somente na formação de doutores, mas também de técnicos os
mais diversos, e tudo isso remete quase sempre à educação, educação de base”,
alertou.
O pesquisador em energia e
consultor da Organização das Nações Unidas (ONU), Luiz Horta Nogueira,
manifestou preocupação com a possibilidade de priorização do desenvolvimento de
certas fontes na matriz energética brasileira — como, por exemplo, a solar e a
eólica — sem o acompanhamento da devida autossuficiência na produção de
equipamentos e elaboração de projetos. “Preocupa-me muito a expansão de fontes
muito inovadoras que se baseie na importação de produtos, projetos e
tecnologias”, disse Nogueira.
Ele chamou a atenção também para
a necessidade de diminuição do desperdício de energia. Sem isso, afirmou, o
Brasil não atingirá padrões adequados de desenvolvimento. “Importante dizer que
o uso de energia eficiente não deve ser colocado como atitude de sovinice ou de
coerção. Nós vamos fazer isso porque isso é inteligente, é isso que se está
fazendo no mundo”, disse.
Ricardo Ruther, da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC) destacou o enorme potencial de desenvolvimento
da energia solar no País. Segundo ele, a instalação de painéis solares na mesma
área do lago de Itaipu permitiria uma geração de energia elétrica pelo menos
duas vezes maior que a energia produzida atualmente pela usina.
Rutherr apontou como importante
gargalo para a ampliação do uso da energia solar no Brasil a inexistência de um
amplo sistema de financiamento para os consumidores finais dos equipamentos de
geração. Segundo ele, o custo de instalação de um sistema fotovoltaico em
residências individuais já se tornou economicamente interessante no Brasil,
tendo-se em vista o valor atual das tarifas de energia elétrica.
Do mesmo modo, o diretor de
Eólica do Centro de Energias Renováveis (CER), Alexandre Costa, citou diversas
vantagens do emprego de parques eólicos na geração de energia elétrica.
Em sua avaliação, o sistema, além
de ter preços relativamente baixos de instalação quando comparados a outras
fontes, diminui consideravelmente as possibilidades de falhas na geração pelas
características de fragmentação das unidades eólicas de geração.
Já o coordenador-geral de
Tecnologias Setoriais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Eduardo
Soriano Louzada, apresentou um relato das diversas ações da pasta no setor de
energias renováveis.
Fonte: Ciclo Vivo