O primeiro software (programa de
computador) do país voltado para a eficiência energética em edificações, o
Domus-Procel Edifica, foi desenvolvido pela Eletrobras em parceira com a
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
“É um software de simulação
hidro-termo-energética. Isso quer dizer que, além das trocas de calor das
edificações, ele simula também a troca de umidade”, disse na sexta-feira, 5 de
abril, à Agência Brasil o arquiteto João Krause, da Divisão de Eficiência
Energética no Setor Privado da estatal.
Segundo o técnico, o programa
representa uma vantagem em relação aos softwares disponíveis no mercado,
“inclusive internacionalmente”. Como permite que sejam feitas também simulações
com variáveis de consumo e demanda de energia, ele pode indicar soluções que
tornem o projeto de um prédio mais eficiente, de modo a evitar desperdício de
eletricidade.
Dados do Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica (Procel) mostram que em edificações novas que
pensem em eficiência energética desde o projeto básico, consegue-se ter um
nível de eficiência até 50%. Para edificações antigas e retrofitadas, isto é,
com um bom projeto de reforma que utilize tecnologias energeticamente
eficientes, pode-se atingir até 30%, informou o arquiteto.
Segundo Krause, o que o software
faz “é funcionar como uma excelente ferramenta de projeto para dar uma noção
muito próxima da realidade de qual é esse potencial do projeto [de eficiência
energética] que você está desenvolvendo para a sua edificação”.
João Krause informou que o
programa poderá ser usado no futuro não apenas para prédios comerciais
públicos, mas também para edificações da iniciativa privada. No momento, ele
está voltado somente para edificações comerciais públicas. “Ainda não há uma
regulamentação para adaptação para edificações residenciais o que, no futuro se
pretende conseguir também. Ele não é restrito ao setor público e pode atender à
iniciativa privada sem problemas”.
Os investimentos da Eletrobras no
desenvolvimento do software atingiram R$ 1,75 milhão. O projeto contou ainda
com a parceria do Ministério de Minas e Energia e do Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), e contribuição da Financiadora de
Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
O programa deverá sofrer
melhorias em nível acadêmico ainda este mês antes de ser lançado como um
produto definitivo, o que poderá ocorrer até julho próximo, quando acaba o
convênio. "O produto tem qualidades suficientes para vir a ser
comercializado no futuro”, disse Krause.
Por Agência Brasil