Ameaçada pela poluição e pela falta de saneamento básico, a
água ainda sofre com um sério problema: o desperdício nas residências. | Foto:
ArtMast/SXC
Todo brasileiro deveria saber que o país tem um dos
patrimônios hídricos mais ricos da Terra: por aqui, circulam 12% da água doce
superficial do mundo. Mesmo assim, pouco se fala sobre o caminho que a água faz
para chegar até as torneiras, e muitos nem imaginam a importância que este
recurso fundamental tem para a vida.
Ameaçada pela poluição e pela falta de saneamento básico, a
água ainda sofre com um sério problema: o desperdício nas residências. Conheça
o caminho que ela faz até chegar à sua casa.
Mananciais, a origem da água
Os mananciais são as fontes primárias da água consumida em
indústrias, empresas e residências – e de lá, o recurso é transportado para as
estações de tratamento. As reservas podem se originar tanto de rios, lagos ou
represas, como de lençóis freáticos ou poços profundos. Para que o corpo
hídrico mantenha seu equilíbrio, o ecossistema destes locais precisa estar
sempre preservado – um complexo desafio.
Assim, nas regiões de mananciais, as ações do homem devem
ser monitoradas, pois as águas não podem estar expostas à contaminação,
poluição e nem a atividades predatórias. Além disso, a quantidade de água
disponível nestas áreas é determinada pela relação entre o volume dos
reservatórios e a quantidade de chuvas que caem nestas regiões.
Estações de Tratamento, onde a água se torna potável
As estações de tratamento funcionam como fábricas de
produção de água limpa. Nestes locais, o líquido que chega dos mananciais por
meio de encanamentos passa por uma série de processos químicos, aplicados para
retirar as impurezas.
As etapas de tratamento são fundamentais para eliminar
alguns fatores que podem causar várias doenças e aumentar o índice de
mortalidade infantil. Além do cloro, a água também recebe flúor, propriedade
que ajuda a combater as cáries.
O Brasil conta com muitas estações de tratamento: só em São
Paulo, existem 213 unidades. No entanto, o consumo seguro da água ainda depende
de uma boa gestão de saneamento básico, que ocorre na distribuição até as
residências.
Laboratórios de controle sanitário – água tem gosto e cheiro
Nos laboratórios de controle sanitário, grupos de
especialistas realizam análises para testar a qualidade da água que será
enviada às torneiras da cidade. Nesta etapa, os profissionais levam em conta o
pH, a cor e até mesmo o gosto e o cheiro do líquido.
Sendo assim, os especialistas atuam não só nos laboratórios,
mas também fazem análises das águas disponíveis à população, desde os
mananciais até os cavaletes das residências. Pouca gente sabe, mas, se a água
apresentar condições irregulares de cor, gosto ou cheiro, é possível acionar os
profissionais do controle de qualidade, que vão até as residências checar o
estado em que a água foi disponibilizada para o consumo.
Reservatórios de distribuição, a etapa final
Depois de sair dos mananciais e passar pelos processos de
filtração e limpeza, a água é direcionada para grandes reservatórios de
distribuição. Complexas tubulações levam o líquido até pontos estratégicos de
armazenamento, localizados em cada bairro.
A partir daí, já perto do consumidor final, a água segue por
adutoras e entra nos encanamentos simples. Mas, infelizmente, nem todas as
regiões contam com uma boa estrutura de saneamento básico, o que pode acarretar
a contaminação da água. “Segundo a ONU e
a Constituição Brasileira, o acesso à água potável é um direito do cidadão”,
alerta Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil.
Finalmente, a água chega às indústrias, empresas e
residências. E, depois de todas estas etapas, é preciso usar a consciência para
aproveitarm este precioso recurso: e, em vista do longo caminho que a água
percorre até chegar às casas, os esforços para economizá-la nem parecem tão
grandes assim.
Fonte: CicloVivo