Casca de arroz muda o cotidiano da população de baixa renda na Índia ao
ser usada para produzir eletricidade
O problema de abastecimento de energia vai além da
infraestrutura de distribuição. O acesso à luz não é garantido gratuitamente à
população, é necessário pagar para usufruir do serviço. Essa é uma grande
barreira quando se trata do fornecimento de energia para a população de baixa
renda em países pobres. Mais complicado ainda é exigir uma postura
ecologicamente correta de quem precisa se manter com poucos recursos.
Tentando encontrar uma solução para a questão, uma empresa
indiana desenvolveu o Husk Power System, movido a biomassa
e que tem impactos diretos e indiretos na economia local. Essa espécie de mini
usina é uma alternativa para a produção descentralizada de energia, ou seja,
está desvinculada da rede de transmissão.
O método de produção de energia usado é a gaseificação de
biomassa, que é mais limpo do que os tradicionais geradores movidos a querosene
e a óleo diesel, e cada usina oferece suprimento de energia para até 500
pessoas. O Husk Power System também é um mitigante de gases do efeito estufa ao
reduzir a emissão de poluentes da população, além de ser uma forma geradora de
créditos de carbono.
As pessoas que desejarem ter luz em casa por via desse sistema
também precisam pagar, mas elas conseguem ter um controle maior sobre os
gastos, que são menores do que a compra de combustível. Para ter acesso à
eletricidade, é preciso comprar um espécie de relógio medidor pré-pago, por US$
8, e colocar créditos. Esse custo inicial é relativamente alto, mas os impactos
da instalação do Husk Power System na economia local permitem que ele seja
viável.
O funcionamento desse sistema traz benefícios diretos e
indiretos. Os agricultores conseguem ter uma renda com a venda das cascas de
arroz, que antes eram descartadas, e alguns moradores recebem treinamento para
fazer a manutenção e a operação da usina. Além disso, a luz movimenta a
economia ao viabilizar a criação de novos postos de trabalho, já que foi
ampliado o período de funcionamento do comércio. A educação também foi
beneficiada, pois as escolas puderam oferecer novas turmas. Apesar de não ser
uma tecnologia exatamente classificada como humanitária, ao abastecer cerca de
500 pessoas, o efeito de cada usina tem impacto efetivo na melhora da qualidade
da região beneficiada ao propiciar novas oportunidades a sua população. Curta
abaixo o vídeo sobre a tecnologia.
Conheça mais a respeito da iniciativa por meio do siteoficial da companhia.
Fonte: eCycle