Um pedaço do plástico
de dois metros por dois metros tem capacidade para abastecer uma lâmpada, uma
TV e parte do consumo de uma geladeira. | Foto: Divulgação/CSEM Brasil
Um grupo de pesquisadores de Belo Horizonte criou novos
painéis solares feitos de plástico. Mais baratos e compactos do que os
equipamentos convencionais, as placas de geração podem ser instaladas em
fachadas de prédios, telhados de casas e até mesmo em ônibus e carros.
Ao contrário dos painéis tradicionais, feitos de silício, o
novo dispositivo se parece com um rolo de filme-plástico transparente com
faixas coloridas, nas quais se encontram as células fotovoltaicas. Fino e flexível,
o material tem alta eficiência: um pedaço do plástico de dois metros por dois
metros tem capacidade para abastecer uma lâmpada, uma televisão e parte do
consumo de uma geladeira. Assim, quanto maior o tamanho do plástico, mais
eletricidade é gerada.
De acordo com Tiago Maranhão Alves, coordenador do projeto,
o dispositivo pode dar novo uso ao plástico e ainda reduzir desigualdades
sociais no país. "Eu queria levar isso aqui no lombo de um burro para uma
localidade isolada do Nordeste que nunca teve energia elétrica. Isso é fácil de
transportar e você cola no telhado ou na fachada de uma casinha em qualquer
lugar", disse o coordenador, que também considera a possibilidade de
depositar grandes quantidades de plástico-filme nas águas dos reservatórios hidrelétricos
já construídos no Brasil.
De acordo com Maranhão, o plástico pode gerar até 50% a mais
de energia do que as placas de silício. Isso porque, enquanto as células
solares tradicionais são mais vulneráveis às variações da luminosidade ao longo
do dia, o rolo de filme-plástico produz mais eletricidade conforme a
temperatura do ambiente aumenta.
A equipe de cientistas não forneceu detalhes sobre a
construção dos painéis de plástico, porém o equipamento já foi aprovado em
testes internacionais e as primeiras unidades estão prontas para serem
comercializadas. Até o momento, o projeto de desenvolvimento demandou um
investimento de R$ 20 milhões e foi executado com a verba da empresa montadora
e da Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais).
Com
informações do Valor Econômico.
Fonte: CicloVivo