quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Documentário HOME alerta para a necessidade de mudar hábitos



Os efeitos da ação do homem são devastadores e precisam ser repensados

O filme Home, do diretor francês Yann Arthus-Bertrand, mostra que a destruição do planeta não é um conto de ficção científica. Ela é real e está acontecendo no exato momento da leitura deste texto. É difícil ter uma noção ampla de qual é o impacto da existência humana sobre o planeta. As pessoas vivem seu cotidiano como maquinas pré-programadas para nascer, crescer, ganhar dinheiro, consumir, ostentar, se reproduzir e morrer. Um ciclo sem fim e com grandes danos ao planeta.

A vida no planeta é quase um milagre. Todos os seres vivos são frutos de uma sequência de acasos químicos, físicos e biológicos, que permitiram a origem de todas as espécies. No entanto, o homem se comporta com se não fizesse parte disso tudo como mais um elemento, mas como um ser superior. Ele domina e usa o que puder em seu benefício. O modo de vida imposto é inviável e destrói o ciclo de vida de outras espécies também. Tudo gira em função do lucro, que sempre deve ser cada vez maior. Isso porque o pensamento imediatista guia a grande maioria das decisões politicas, econômicas, sociais e bélicas.

O filme

As imagens iniciais retratam a força da natureza e a harmonia entre os animais selvagens e o meio ambiente transmitindo essa sensação de milagre, já que tudo parece ser muito bonito e perfeito. As filmagens foram feitas de um helicóptero e em alta definição. Isso aumenta o impacto das cenas, que exigiram muito da pequena equipe, composta por um câmera e um engenheiro de imagem, além do piloto. A trilha sonora acompanha de forma triunfante e precisa cada paisagem filmada.

Cenário do consumo

A virada do filme acontece quando as grandes cidades da atualidade entram em cena e mostram as conquistas motivadas pela descoberta do petróleo. O foco se dá principalmente nos últimos 50 anos, quando a disputa por esse recurso aumentou. Com a discussão ficando mais séria, a trilha sonora ganha em tensão e a narração se torna mais angustiante. Assim, os impactos de diversas ações cotidianas começam a ficar mais evidentes.

As imagens das cidades também são excelentes. Tudo impressiona pelo tamanho e pela quantidade. Não são mais paisagens naturais, mas obras feitas pelo homem, que também são belas, mas refletem a interferência humana no planeta, que visa o bem estar e a prosperidade econômica.

Sem dúvida as revoluções tecnológicas foram fundamentais para melhor a qualidade de vida das pessoas. De forma muito rápida, encurtamos distâncias e alongamos o tempo. No entanto, esses avanços também ampliaram os impactos ambientais e a disputa financeira. O estilo de vida das pessoas agora está ligado ao consumo de petróleo, mas esse consumo não é feito de maneira equilibrada e uniforme em todo o planeta. 80% dos recursos minerais são consumidos por 20% da população mundial. HOME consegue impressionar ao mostrar os dados dessa dualidade. De um lado, países onde milhares de pessoas vivem com pouca água e de má qualidade; de outro, países em que milhares de litros de água são destinados a uma pessoa. O diretor consegue tornar os dados estatísticos mais palpáveis ao mostrar com clareza tanto o lado da escassez, quanto o lado da fartura.

O diretor francês fez uma excelente obra e também proporcionou uma grande reflexão aos usuários ao mostrar e comprovar que não é possível viver dessa maneira e que algo precisa ser feito o quanto antes. Mesmo porque o petróleo, que motiva tanto o consumo e move tantas economias, ainda não fez nenhum dos grandes produtores, como os da OPEP, se tornarem atores de peso na grande economia mundial. Ou seja, até a forma de ganhar dinheiro precisa sofrer severas alterações.

O filme é resgatado do ano de 2009, mas cada vez mais atual. Pode ser visto via YouTube. A distribuição foi feita gratuitamente porque diretor Yann Arthus-Bertrand considerava importante todas as pessoas repensarem o modo de vida na sociedade atual.

Assista abaixo (primeira parte em português):



Fonte: eCycle
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