Transformar o cada vez mais
frequente lixo eletrônico (também chamado de lixo tecnológico) em
matéria-prima, capacitação, empregos e educação ambiental tem sido o foco da
empresa social Descarte Correto desde que foi criada, há cerca de dois anos.
Situada em Manaus (capital do
Amazonas), a empresa social desenvolve um papel de destaque nesse sentido,
tanto que foi uma das 12 finalistas da Competição Jovens Inovadores, promovida
pela União Internacional das Telecomunicações (UIT) em outubro de 2012 em
Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, quando representou o Brasil no evento que
reconhece os projetos de maior possibilidade de impacto social e sucesso de
negócios.
"Recebemos equipamentos como
computadores, impressoras e celulares e os transformamos em matéria-prima,
reutilizando esses materiais para um novo ciclo de produção. Assim geramos
emprego para jovens de comunidades de baixa renda, além de centros de inclusão
digital em parceria com ONGs e instituições como igrejas, reaproveitando o que
é descartado", destacou Alessandro Dinelli, fundador da Descarte Correto.
A empresa social conta com um
galpão para realizar a triagem dos resíduos eletrônicos e montar novas
máquinas, além de um carro para a coleta, que cobra uma taxa simbólica para
empresas e residências.
"No caso de empresas nós
emitimos certificados de destinação final amparados por órgãos ambientais (Ibama
e Ipaam) que nos dão a licença para operar os equipamentos, assim elas podem
apresentá-los a auditorias e trâmites da ISO 14000", explica Alessandro.
Pessoas físicas e empresas também
podem descartar os equipamentos eletrônicos (em bom estado, obsoletos ou
danificados) por meio de pontos de coleta distribuídos por empresas de Manaus,
ONGs e nos próprios centros de inclusão digital.
Segundo ele, só entre abril e
setembro de 2012, a Descarte Correto processou mais de 10 toneladas de lixo
eletrônico, além de ter destinado cerca de 100 computadores para centros de
inclusão digital. "A cada 10 computadores que conseguimos recuperar nós
abrimos um centro de inclusão digital", completa Alessandro.
Um dos pontos importantes do
projeto diz respeito a capacitação profissional. Participam os jovens de
comunidades de baixa renda formados nos centros de inclusão digital, com idade
de 16 a 24 anos, cuja prioridade seja a busca pelo primeiro emprego.
Lá, eles têm aulas teóricas e
práticas com foco em habilidade e competência específicas (auxiliar técnico em
manutenção de computadores e redes), manufatura reversa e educação ambiental.
"Em parceria com outras instituições, acredito que estamos capacitando
cerca de 600 pessoas por ano", estima Alessandro.
A Descarte Correto também dispõe
de diversos tipos de materiais para comercializar com indústrias e usinas de
reciclagem, tais como: sucata tecnológica, cobre limpo, cobre misto e ferro.
Quais os benefícios
proporcionados pelo Projeto?
O projeto proporciona a
intensificação do processo de promoção da inclusão digital no Brasil, aliada à
qualificação profissional e educacional de jovens em situação de
vulnerabilidade, propiciando a sua integração social e cidadania. Ao prolongar
a vida útil dos computadores e equipamentos, também conseguimos: a redução de
destinação dos resíduos eletrônicos a aterros sanitários e a extração de novas
matéria-prima da natureza, também disseminação do conceito de utilizar
materiais disponíveis para novo ciclo de produção.
O que é remanufatura de
computadores?
Significa pegar equipamentos
antigos, que geralmente têm suas capacidades reduzidas, e torná-los aptos ao
uso novamente por meio de limpeza, substituição e/ou acréscimo de componentes
para melhoria de desempenho. Na Descarte Correto, a remanufatura visa
configurar os equipamentos para que atendam às necessidades de entidades e
negócios sociais que atuam como centros de inclusão digital e/ou cursos
profissionalizantes.
Bola de neve
O Brasil é atualmente o campeão
mundial na geração de lixo eletrônico por habitante: meio quilo por ano,
segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas). Em todo o mundo são
aproximadamente 50 milhões de toneladas por ano. Os Estados Unidos lideram o
ranking com três milhões de toneladas, seguido de perto pela China, com mais de
dois milhões de toneladas anuais.
Hoje, o lixo eletrônico cresce
três vezes mais que lixo convencional e, segundo a ONU, a situação é mais
preocupante nos países emergentes.
Para mais informações sobre a
Descarte Correto:
Fone: (92) 4102-0013 / 4101-0207
/ 4101-0209
E-mail:
contato@descartecorreto.com.br