Foto: NOAA
Centenas de anos seriam necessários para que o meio ambiente
pudesse decompor todo o lixo jogado nos oceanos até os dias atuais, mesmo que
parássemos de despejar resíduos nos mares hoje. A conclusão é de um grupo de
pesquisadores do Australian Research Council Centre of Excellence for Climate
System Science, que ainda constataram que não importa em qual parte do globo o
lixo é jogado, ele pode durar séculos em qualquer um dos cinco oceanos.
Prova da indestrutibilidade dos resíduos, principalmente dos
plásticos, é a Grande Mancha de Lixo do Pacífico, uma vasta coleção de detritos
flutuantes a cerca de 1.000 quilômetros da costa da Califórnia. Na verdade,
existem ao menos cinco manchas de lixo nos mares, uma para cada oceano -
Atlântico, Pacífico, Índico, Ártico e Antártico.
"Cada um contém tanto plástico que se você fosse
arrastar uma rede nessas áreas, arrastaria mais plástico do que a
biomassa," afirmou o autor do estudo, o pesquisador Erik Van Sebille.
Como se isso não fosse preocupante o suficiente, a nova
pesquisa mostra que turbilhões gigantes oceânicas, algumas com até 50 km de
diâmetro, ajudam o deslocamento dos plásticos entre as manchas de lixo entre os
mares.
Barents Sea poderá ter mancha de lixo daqui a 50 anos
Foto: troubador1
Como os oceanos estão em constante troca de resíduos, a limpeza
de todo o plástico seria quase impossível, mesmo que cessasse a introdução de
novos itens. "O lixo de qualquer país pode acabar em qualquer uma dessas
manchas de lixo. Isso nos diz que nenhum país é responsável. É um problema
internacional que requer uma solução internacional", disse o pesquisador.
Os cientistas também concluíram que uma nova mancha de lixo
pode já estar se formando, em uma área anteriormente livre de contaminação
humana. "Nossa pesquisa sugere que uma sexta mancha, menor, pode está se
formando dentro do Círculo Polar Ártico, no Mar de Barents, apesar de não
esperarmos que isso aconteça nos próximos 50 anos", frisou Van Sebille.
Fonte: EcoDesenvolvimento