Obras da hidrelétrica Peixe Angical, Localizada no rio
Tocantins, entre os municípios de Peixe, São Salvador do Tocantins e Paranã, na
região Sul do estado do Tocantins.
Foto: Divulgação Furnas/Eletrobrás - Cristiano Borg
Embora o governo federal tenha publicado na segunda-feira,
14 de janeiro, a Lei 12.783, que oferece tarifas menores de energia ao
consumidor, o Brasil ainda cobra um dos valores mais altos à população, além de
deixar de aproveitar seu potencial energético de forma eficaz. Prova disso é que
o país é apenas o 10º colocado entre as 12 maiores economias do mundo em
eficiência energética, segundo ranking do Conselho Americano para uma Economia
de Energia Eficiente (Aceee).
O levantamento, atualizado em setembro de 2012, avaliou o
uso de energia a partir de 25 indicadores, distribuídos em quatro áreas-chave:
indústria, transporte, edificações e esforços nacionais em prol da eficiência
energética. Segundo o estudo, um país que usa menos energia para atingir um
mesmo resultado, ou mesmo superá-lo, reduz custos e polui menos, criando uma
economia mais competitiva.
O Brasil atingiu 41 pontos de um total de 100 possíveis. No
item indústria, o país fez 10 pontos, menos da metade da pontuação máxima no
quesito (14). Já no uso de energia pelo setor de edificações, foram 13 pontos
de um total de 28. O melhor desempenho em termos de eficiência energética veio da
área de transporte - 13 pontos de um total de 15, empatando com os Estados
Unidos na quinta colocação.
E o pior desempenho do país veio do quesito esforços
nacionais, que analisa a existência e iniciativas de criação de políticas e
legislações específicas para fomentar o uso consciente da energia, como a
criação de selos de eficiência: com apenas cinco de um total de 25 pontos
possíveis, o Brasil ocupa o último lugar.
Países-modelo
Enquanto o Brasil ainda precisa melhorar muito para
aproveitar de forma eficaz a energia que produz, outros países ao redor do
mundo, principalmente da Europa, oferecem bons modelos nessa área. Primeiro
colocado no ranking, o Reino Unido ostenta o setor produtivo mais eficiente em
energia entre os países analisados, com 18 pontos de um total de 24. Seu
segundo melhor desempenho diz respeito aos esforços nacionais para criação de
legislações ou políticas que estimulem a eficiência energética, perdendo apenas
para a Alemanha e empatando com o Japão.
Reino Unido ostenta o setor produtivo mais eficiente em
energia
Foto: Getty Images
Quando o assunto é transporte, o Reino Unido se sai tão bem
quanto Itália, China e Alemanha, todos com 14 pontos de um total de 23. Já o
desempenho mais fraco vem do setor de edificações, com 17 pontos (de 24),
rendendo a quarta colocação, ao lado dos Estados Unidos e da Alemanha.
A Alemanha é o segundo país mais eficiente em energia do
mundo, segundo o ranking geral da Aceee, perdendo pela diferença de um ponto
para o Reino Unido. Seu melhor desempenho (19 pontos de um total de 25
possíveis) é oriundo dos esforços nacionais para melhorar a eficiência
energética como um todo.
A Itália, terceira colocada no ranking da Aceee, tem o setor
de transporte mais eficiente entre os países analisados, empatando apenas com
China, Alemanha e Reino Unido, todos com 14 pontos de um total de 23 possíveis.
Sua segunda pontuação de destaque refere-se ao uso de energia pela indústria –
o país fez 17 de um total de 24.
Fonte: EcoDesenvolvimento