Centro de excelência nas áreas de recuperação e educação
ambiental, desenvolvimento sustentável e mobilização social, o Instituto Terra,
criado em 1999 pelo casal Sebastião Salgado e Lélia Wanick dedica-se a
restauração da Mata Atlântica. Seus fundadores receberão na quarta-feira, 19 de
dezembro, o prêmio WWF-Brasil Personalidade Ambiental, durante jantar para
convidados, em São Paulo.
“Ficamos muito felizes com esse prêmio, que não é apenas
nosso, mas de toda a equipe do Instituto Terra. A Lélia é a principal gestora
dessa iniciativa, e eu ajudo na captação de recursos”, afirmou ao WWF-Brasil
Sebastião Salgado, fotógrafo reconhecido mundialmente e um dos mais respeitados
fotojornalistas da atualidade, notabilizado por registrar a vida dos excluídos
em diversas partes do mundo.
Para o fotógrafo, um dos diferenciais do Instituto Terra é
ser uma instituição que trabalha diretamente na implementação de projetos no
campo.
“Acredito que fazemos um dos mais interessantes trabalhos de
conservação no Brasil, promovendo não apenas a consciência ecológica, mas a
transformação na vida das pessoas, formando professores, alunos, técnicos
agrícolas, gestores públicos, gerando promoção social e renda em nosso
entorno”.
Sebastião destacou algumas iniciativas inovadoras do
Instituto Terra, como o laboratório de sementes e o viveiro de mudas, que
produz atualmente 1,2 milhão de plantas de mais de 350 espécies nativas da Mata
Atlântica.
“Queremos chegar a 5 milhões de mudas, numa área de 10
hectares, em regime sazonal (novembro a janeiro), e ser uma referência botânica
on-line”.
Reconhecimento à conservação
Entregue a cada três anos, o Prêmio WWF-Brasil Personalidade
Ambiental é concedido a uma pessoa reconhecida por seu trabalho pela
conservação da natureza e pela promoção do desenvolvimento sustentável no nosso
país.
Os candidatos ao Prêmio são indicados por especialistas em
conservação da natureza, e o vencedor escolhido pelo conselho do WWF-Brasil.
A primeira edição do prêmio foi entregue em 2006 a então
ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Em 2009, foi a vez do climatologista Carlos Nobre,
coordenador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), integrante do Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas (IPCC) e atual secretário de políticas e programas de
pesquisas e desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Fundado em 1999 por Lélia e Sebastião Salgado, o Instituto
Terra está localizado na fazenda Bulcão, na cidade mineira de Aimorés. Com uma
área de 676 ha, reconhecida como Reserva Particular de Patrimônio Natural
(RPPN), a fazenda é a primeira RPPN criada em uma área degradada, neste caso
por conta do processo de colonização, com a exploração comercial predatória de
madeira, o desmatamento generalizado e atividades agrícolas e pecuárias
irresponsáveis.
Com parcerias de governos dos Estados de Minas Gerais e
Espírito Santo, o instituto é financiado por empresas, doações de pessoas
físicas, jurídicas e de fundações internacionais. Conta hoje com 130
funcionários e tem capacidade para receber 125 alunos-residentes.
Fonte: Ecodesenvolvimento.com