segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Grupo de estudantes produz documentário sobre ciclistas urbanos em São Paulo


A bicicleta transformou-se em um meio de transporte viável e eficaz para boa parte dos brasileiros. Muitos que fizeram essa opção passaram por uma mudança em seu estilo de vida. É isso que mostra o documentário “Pé no Pedal”, produzido por um grupo de estudantes de jornalismo de São Paulo.

O projeto foi desenvolvido como trabalho de conclusão de curso (TCC), necessário para a aprovação dos alunos na faculdade e obtenção do diploma. Inicialmente formado por duas alunas, a ideia era falar sobre esportes. Com a entrada de mais dois integrantes no grupo, o tema foi novamente debatido e a bicicleta era uma das opções.

“A gente ficou muito tempo discutindo, queríamos pesquisar sobre um tema que nos desse prazer”, afirmou a jornalista Thaís Teisen do site CicloVivo, integrante do grupo. Eles ainda estavam indecisos quando uma bióloga de apenas 33 anos morreu vítima de um atropelamento de ônibus, enquanto pedalava na Paulista. “Aí tivemos a confirmação de que seria uma oportunidade para falar sobre isso”, completa.

Quando decidiram pesquisar sobre os ciclistas urbanos de São Paulo a ideia era mostrar como a vida das pessoas podem ser transformadas ao se optar por utilizar a bicicleta como meio de transporte diário, sendo que para a maioria ela é usada apenas nos momentos de lazer. “Não é só a bicicleta, os caras têm uma filosofia de vida”, salienta Thaís.

A realização de todo o trabalho, que além do vídeo conta também com um relatório escrito, teve duração de um ano. Durante esse período, foram realizadas diversas entrevistas. A Bike-Repórter e cicloativista Renata Falzoni, uma jornalista do Recife que desistiu de voltar para sua cidade, após começar a andar de bike em São Paulo e uma funcionária pública que aprendeu a andar de bicicleta com 50 anos são algumas das histórias que compõem o documentário. Sobre qual seria a história mais tocante, a jornalista afirma que é impossível dizer, pois “cada história tem sua particularidade”.

É importante destacar que o material dos estudantes é bem fundamentado em dados coletados ao longo da pesquisa. Com pesquisas do metrô, por exemplo, foi possível saber a quantidade de pessoas que combinam o uso da bike com o metrô. Além de utilizarem dados da Rede Nossa São Paulo, da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e estudos do IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística).

Dos órgãos procurados, apenas a CET não demonstrou empenho em ajudar. “Não tivemos retorno, eles até mandaram alguns e-mails com dados e nós utilizamos, mas eles não nos deixaram entrevistar ninguém e para nosso trabalho isso era importante”, lamenta Thaís.

Em contrapartida, para realizar as entrevistas o grupo se deparou com uma turma realmente disposta em colaborar. “Todos foram receptivos, os ciclistas ajudaram muito. O José Police Neto, por exemplo, foi muito solícito. Conseguimos marcar entrevista para duas semanas depois de entrarmos em contato”. Ele é Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, mesmo assim se prontificou a ajudar os estudantes.

O trabalho do grupo foi repercutido em diversos sites de notícia da comunidade de ciclistas. Pois, além de ser um assunto que interessa a ele, o documentário chama atenção pela riqueza de informações e qualidade com que foram gravadas e editadas. Prova disso, é a quantidade de pessoas que já assistiram ao documentário, que está disponível em uma página na internet.

“Foram mais de 3000 views em duas semanas e meia, um número alto para um trabalho estudantil. Ficamos muito felizes”. Além dos números, o esforço também é recompensado pelo “feedback” que o grupo tem recebido. “Muitas pessoas e sentiram motivadas a andar, já os ciclistas têm dito que é um trabalho é bastante importante e informativo. É bom também porque faz alguns protestos”, conclui.


Fonte: Ciclo Vivo 
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