A Etiqueta Nacional de
Conservação de Energia (Ence) faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem
(PBE), desenvolvido pelo Procel e pelo Inmetro, e segue as mesmas
características adotadas para a etiquetagem de eletrodomésticos de baixo
consumo. O objetivo da etiqueta para as edificações é incentivar a elaboração
de projetos arquitetônicos que aproveitam ao máximo a iluminação e ventilação
natural, avaliando a transmitância térmica e absortância da envoltória,
instalando iluminação artificial e condicionamento de ar eficientes,
acarretando um consumo menor de energia elétrica.
Os edifícios podem obter a
etiqueta de projeto e depois da construção, separadamente. A graduação da
etiqueta varia de "A" a "E", de acordo com o consumo de
energia elétrica.
A etiqueta, que se aplica em
edificações residenciais, comerciais, de serviço e públicas, de caráter
voluntário e pode ser outorgado para edificações já existentes ou novas.
A Ence de Edificações Comerciais
também pode ser parcial ou geral, avaliando os sistemas de envoltória,
iluminação e condicionamento de ar, separadamente.
A etiqueta de envoltória é a
única obrigatória, pois é ela que será avaliada para toda a construção,
permitindo ainda a análise das demais.
São atribuídos pesos para cada
item avaliado: sistema de iluminação (30%), envoltória (30%) e condicionamento
de ar (40%).
Em Salvador, por exemplo, o
empreendimento Hangar Business Park, da Odebrecht, obteve o selo de nível A,
com consultoria do Setor de Eficiência Energética da Coelba/Neoenergia. A
avaliação foi realizada desde as premissas do projeto, até a construção total,
em um laboratório acreditado pelo Inmetro.
Segundo Daniel Netto, da área de
engenharia e novos negócios da Odebrecht, a etiqueta promove o reconhecimento
da importância de produtos imobiliários
sustentáveis, além de
conscientizar e satisfazer os clientes dos empreendimentos.
"Com o selo, nossos clientes
têm uma redução em seus gastos com energia. Isso se deve à utilização de
sistemas construtivos mais sustentáveis, como a utilização de vidros eficientes
que possibilitam iluminação natural com menor transferência de calor, fachadas
com baixo índice de transmissão e absortância térmica, coberturas claras com
isolamento térmico, o que possibilita uma menor variação da temperatura interna
do edifício, favorecendo a redução no uso de condicionadores de ar e do sistema
artificial de iluminação", explicou Netto.
Além disso, o empreendimento
também utilizou a energia solar para o aquecimento da água e sistemas que
racionalizam o uso dos recursos hídricos. Porém, Netto sinalizou que há poucos
laboratórios acreditados para avaliação das edificações no Brasil e nenhum no
estado da Bahia, o que dificulta o processo de etiquetagem.
Obtenção
Para participar, as edificações
comerciais, de serviços e públicas, devem ter área mínima de 500m² e/ou
fornecimento de energia em tensão superior ou igual a 2,3kV (subgrupos A1, A2,
A3, A3A, A4 e AS), incluindo edifícios condicionados e não condicionados.
Para obter a etiqueta são
necessárias as apresentações de: projeto arquitetônico com planta baixa,
cortes, fachadas e detalhes de esquadrias; elétrico e luminotécnico; de
condicionamento de ar e memorial descritivo dos materiais a serem utilizados
nas fachadas e coberturas para análise da transmitância térmica e fator solar
dos vidros, além do projeto de aquecimento solar de água.
Nas edificações residenciais, os
sistemas analisados são a envoltória para verão, envoltória para inverno
(apenas para cidades mais frias) ,o sistema de aquecimento de água, ventilação
e iluminação natural e artificial. Podem ser etiquetadas as Unidades Habitacionais
Autônomas (UH), casas ou apartamentos, Edificações Multifamiliares (prédio
inteiro) e as áreas de uso comum.
Fonte: Ecodesenvolvimento