É cada vez mais comum o surgimento de soluções ecológicas
que buscam levar um pouco de natureza e ar fresco para a vida entre quatro
paredes nas grandes cidades. Confira a seguir algumas das mais curiosas.
Planta sorri quando
bem tratada
Quem cultiva ou já tentou criar plantas em casa sabe que se
trata de tarefa árdua e às vezes cruel. O corre-corre diário pode afetar o
tempo e a atenção dedicados aos vazinhos, que precisam de água, ar e um lugar
arejado pra ficar. Sem querer, esquecemos de regá-las por um, dois, três dias, até uma semana inteira e, de
repente, toda aquela beleza natural seca e morre. Tudo não seria mais fácil se
as plantinhas pudessem comunicar suas necessidades?
Foi exatamente essa a solução encontrada pelo designer
JunyiHeo. Para dar uma mãozinha aos humanos (e salvar a vida das plantas), ele
criou um vaso inteligente que mede as condições do solo, temperatura e umidade
e, a partir de cálculos, verifica se está tudo em ordem com a muda. O resultado
é expresso em uma tela LCD por meio de pictogramas em formato de carinhas que
manifestam satisfação ou insatisfação. A planta também “sorri” quando é regada
ou “entristece” para avisar ao exagerado que já tem mais água do que precisa.
Pia com aquário
promove economia de água
Sensibilizar o consumidor sobre o desperdício de água no
dia-a-dia não é tarefa fácil. Atento à questão, o designer chinês Yan Lu criou
o "Poor Little Fishbowl Sink", uma pia que utiliza um aquário com
peixe vivo para estimular, emocionalmente, o consumo consciente. Sempre que a
torneira é aberta para atividades comuns, como escovar os dentes e lavar as
mãos, o volume de água do aquário acoplado à pia diminui, o que ameaça a
sobrevivência do peixe.
A água que sai da torneira não é a mesma do aquário, que
contém alimentos e dejetos do animal marinho; elas estão separadas por um filtro.
Segundo o designer, o projeto pretende estimular o uso consciente da água
através do sentimento de culpa e de responsabilidade pela vida do bichinho. O
projeto possui um dispositivo que limita até certo ponto a saída de água do
aquário para que o peixe não morra, no caso, por exemplo, de alguém deixar a
torneira aberta por muito tempo.
Flor solar recarrega
gadgets
Em um mundo cada vez mais conectado à aparelhos eletrônicos,
a pressão sobre os recursos energéticos é constante. Então que tal ter em casa
uma pequena usina solar para recarregar seus dispositivos tecnológicos?
Foi pensando nisso que o designer Bon-Seop bolou o “Solar
Plant”, um aparelho com visual de flor que gera energia elétrica a partir da
luz do sol. Basta deixá-lo exposto ao sol durante um tempo e depois plugar no
gadget que quiser. Leve e compacto, o Solar Plant pode ser levado pra todos os
lados, garantindo energia limpa onde e quando você precisar.
Chuveiro ecológico
filtra água
Se você é do tipo que adora um banho de cacheira, o
Eco-chuveiro Phyto Purificação é ideal para reproduzir a sensação de uma
“ducha” no meio da natureza. Ele possui um sistema hidráulico especial capaz de
reciclar e regenerar a água residual através de um jardim no box, onde cada
parte desempenha um papel na limpeza da água.
A areia onde as mudas são plantadas funciona como um filtro
inicial, por onde o líquido passa antes de chegar às raízes, responsáveis pela
retirada dos metais pesados e bactérias. Por fim, a água fica livre de qualquer
impureza remanescente ao passar por um filtro de carbono. Com o eco-chuveiro, é
possível a poupar um recurso natural valioso e ainda manter um jardim em pleno
banheiro. O projeto dos designers Yasamoto, Alban Le Henry, Olivier Pigasse e
VincentVandenbrouck.
Parasite Farm: uma
fazenda em sua cozinha
Cultivar temperos e hortaliças em casa é um sonho comum para
aqueles que gostam de cozinhar. Hoje, na maioria dos supermercados, já é
possível encontrar mudas específicas para esse fim. Mas para quem gosta de
ousar mesmo, os designers alemãs Charlotte Dieckmann e Nils Ferber criaram o
Parasite Farm, um perfeito sistema de agricultura para ambientes internos.
Ele é composto por vasos de dimensões variadas que se
encaixam onde o proprietário quiser. O mais bacana é que o mestre-cuca pode
personalizar o seu vazo para otimizar o trabalho na cozinha. É possível por
exemplo ter uma tábua adaptada para corte dos vegetais, de onde as partes
indesejadas podem “deslizar” direto para a terra, servindo como adubo na
composteira. Todo o processo é autossuficiente – enquanto o Parasite Farm
recebe pedaços de alimentos, ele também fornece legumes fresquinhos. .
E que tal uma
janela-jardim no apartamento?
O projeto “Plant Window” é uma janela capaz de abrigar um
jardim inteiro, do teto ao chão, e que funciona como uma cortina que filtra a
luz e ainda garante um toque verde ao ambiente. A ideia segundo seus criadores,
os designers Jianxing Cai, Chao Chen, Qi Wang, & Jiang Wu, é mudar a visão
rotineira que os moradores costumam ter da rua (ou do prédio vizinho), dando lugar
a uma paisagem natural.
A janela, que funciona como uma estufa, também ajuda a
manter o clima e a temperatura dos cômodos sempre agradáveis. E, claro, a
escolha das espécies de plantas e flores fica ao cargo do freguês.
Geladeira usa gel
para resfriar alimentos
Além de ser um dos eletrodomésticos mais utilizados em casa,
a geladeira é um papa-energia de primeira, responsável por até 9 % dos gastos
na conta da luz. Em um apelo futurista para repensar os modelos convencionais,
o designer russo Yuriy Dmitriev criou o conceito Bio Robot Refrigerator para a
Electrolux, que não utiliza eletricidade, nem outra fonte energética.
Todo o seu centro é preenchido por um gel de biopolímero que
possui propriedades químicas para resfriar e conservar os alimentos. Tudo o que
o usuário tem a fazer é inserir os produtos no gel (não-pegajoso e sem cheiro,
segundo o criador) e deixá-los lá, gelando naturalmente, como em uma geladeira
comum. Os alimentos ainda ficariam visíveis e acessíveis a qualquer pessoa.
Quatro vezes menor que um refrigerador tradicional, o Bio Robot Refrigerator
não possui portas ou prateleiras e pode ser utilizado na vertical, na
horizontal e até no teto.
Ligado na consciência
“verde”
Já pensou com que frequência você esquece uma lâmpada acesa
em casa ou mesmo no trabalho? Às vezes, você até sabe que está gastando
energia, mas que mal tem deixar a luz do corredor acesa por mais tempo, ou um
abajur ligado à noite toda na sala? Todo mundo, em maior ou menor grau, é um
pouco assim, desatento com os gastos energéticos.
Preocupado em conscientizar as pessoas sobre a necessidade
de preservar os recursos naturais do planeta, o estudante de design americano
Andrew Harmon da Universidade de Michigan desenvolveu uma série de
interruptores e tomadas inovadores com folhas, musgo e pequenas flores. Apesar
de realista, a cobertura é feita de material artificial. A ideia da coleção
batizada de “Growth Plate” é espalhar o recado “verde” pela casa, nos lembrando
que a natureza sofre os efeitos de nossas ações, mesmo as mais cotidianas.
Cesto de lixo
dispensa saco plástico
Eis aí uma solução mão na roda para os paulistanos, que
desde janeiro precisam se adaptar ao “banimento” das sacolas plásticas dos
supermercados da cidade. A ideia é bem simples: no lugar do saco de polietileno
comum, entram camadas de sacolas feitas de papel.
O ideal segundo seus criadores, os designers italianos
Riccardo Nannini, Domenico Orefice e Emanuele Pizzolorusso, é que só sejam
descartados na lixeira ecológica batizada de Fabriano o chamado lixo sólido,
como embalagens plásticas, vidro, papelão e outros materiais que podem ser
reciclados. O cesto também pode ser utilizado em escritórios, para descarte de
papel.
Fonte: Exame