A Escola Estadual Erich Walter Heine, inagurada em maio de
2011, no Rio de Janeiro, é a primeira da América Latina a receber o certificado
LEED Schools (Leadership in Energy and Environmental Design), do Green Building
Council. Poucas têm o selo. Fora os EUA, que concentram 118 construções desse
tipo, Noruega, Bali e agora Brasil somam 121 escolas certificadas em todo o
mundo.
A lista de características que conferem o status à
construção é grande. Um exemplo é o sistema que capta água da chuva para uso
nas descargas dos vasos sanitários, nos jardins e na limpeza e chega a
economizar metade da água potável disponível no local.
Outras medidas interessantes são:
- Iluminação toda feita com lâmpadas LED, o que reduz em até
80% o consumo de energia. Há também painéis solares para geração de energia
limpa;
- Formato da construção pensado para gerar maior
aproveitamento da circulação do ar e, por isso, menor necessidade de
refrigeração;
- Coleta seletiva e espaço para armazenar lixo para
reciclagem;
- Uso de “telhado verde” com vegetação que absorve calor
(deixando o ambiente com temperatura mais amena) e melhora o escoamento de água
da chuva;
- Bicicletário e vagas especiais para veículos com baixa
emissão de poluentes;
- Acessibilidade a alunos com necessidades especiais;
- Tratamento acústico nas salas de aula, corredores e
ambientes internos próximos às salas;
- Análise prévia da qualidade do solo para a construção e
uso de 70% da permeabilidade natural do terreno;
- Reaproveitamento de 100% do material de entulho gerado
durante a obra.
O investimento na escola foi de R$11 milhões. A certificação
para construções verdes dialoga com a necessidade cada vez maior de soluções
que interliguem construção civil e sustentabilidade. Segundo dados da USP, de
40% a 75% dos recursos extraídos da natureza são utilizados nesse setor,
responsável por grandes impactos ambientais ao longo do processo de produção de
matéria-prima, transporte, montagem e descarte.
Os “restos” gerados pelas atividades de construção e
demolição geram uma massa que chega a representar 500 kg de resíduos por
habitante ao ano – mesmo que seja possível reciclar ou reaproveitar a maior
parte desses materiais. Por isso, iniciativas que buscam melhorar a eficiência
e economia das construções são sempre bem-vindas. Você não acha?
Fonte: Revista Superinteressante e Ambiental Sustentável