Um novo estudo feito por pesquisadores americanos da Universidade da
Califórnia em Santa Cruz sugere que aumentar a população de lontras-marinhas
poderia contribuir, indiretamente, para a redução de dióxido de carbono (CO2)
na atmosfera, – um dos principais gases causadores do aquecimento global.
Isto porque, segundo a pesquisa descrita esta semana na revista
científica "Frontiers in Ecology and the Environment", esses
mamíferos são capazes de espantar ouriços-do-mar, que se alimentam de algas
marinhas. Essas algas, por sua vez, são responsáveis por absorver grandes
quantidades de CO2 da atmosfera.
Segundo o professor de ecologia e biologia evolutiva Chris Wilmes, um
dos autores do trabalho, foram combinados mais de 40 anos de dados sobre
lontras e algas encontradas na Ilha de Vancouver, no oeste do Canadá.
O pesquisador diz que as lontras marinhas têm um efeito indireto
positivo sobre a biomassa de algas. Ele explica ainda que os ouriços-do-mar se
escondem em fendas e evitam se alimentar de restos de algas com a presença das
lontras, aumentando o trabalho de absorção de CO2 pelos vegetais aquáticos, por
meio do processo de fotossíntese.
De acordo com o estudo, a divulgação sobre o aumento da população de
lontras não resolve totalmente o problema das emissões de gás carbônico, mas
essa é uma forma de alertar sobre a necessidade de incluir a preservação dos
animais em modelos climáticos e métodos de captura de carbono.
Fonte: Globo.com