Segundo o estudo, a principal resultante do impacto
ambiental sofrido pelas populações é a piora em sua qualidade de vida.
Árvore: estudo considera saúde não apenas na sua dimensão
biomédica, mas também questões relacionadas a conflitos, qualidade de vida e
cultura.
Estudo elaborado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a
ONG Fase aponta que atualmente existem pelo menos 343 conflitos ambientais no
Brasil com impacto na saúde coletiva, sendo que as mais atingidas são as
populações indígenas (33,67%), agricultores familiares (31,99%) e quilombolas
(21,55%), em regiões rurais (60,85%), urbanas (30,99%) e em áreas com
características não definidas (8,17%).
Segundo o Mapa da Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil, a
principal resultante do impacto ambiental sofrido pelas populações é a piora em
sua qualidade de vida (79,8%), segundo texto publicado no site da Fiocruz. O
estudo considera saúde não apenas na sua dimensão biomédica, mas também
questões relacionadas a conflitos, qualidade de vida, cultura, tradições e
violência. Os conflitos foram denunciados pela populações e movimentos sociais.
"O segundo grave problema das comunidades é a
violência, nas formas de ameaça (37,71%), coação física (15,82%), lesão
corporal (12,12%) e assassinato (10,10%). Outros problemas de saúde também
impactados significativamente em situações de injustiça ambiental são doenças
não transmissíveis (40,07%) e insegurança alimentar (30,98%)", continua o
texto.
Para o coordenador geral do projeto e pesquisador da Escola
Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Marcelo Firpo, "nenhum
crescimento econômico deveria justificar assassinatos, qualquer tipo de
violência ou a perda da qualidade de vida das populações, atingidas em seus
territórios. Mas não é isso o que acontece".
Fonte: Exame