segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Técnicas de reciclagem permitem reaproveitar lixo jogado fora por cooperativa de catadores


Apesar da tecnologia disponível, nem todo lixo que é separado para a reciclagem acaba se transformando em novos produtos. Veja na reportagem de Alan Severiano.

É o garimpo do mundo moderno. Na esteira da cooperativa de reciclagem, plástico, metal e vidro geram renda e 40 empregos. Mas boa parte do que poderia ser aproveitado é desperdiçada: bandejinhas de isopor e embalagens laminadas, de salgadinho e biscoito, vai tudo parar em aterros sanitários, junto com lixo orgânico.

“Falta de comprador e preço muito baixo. Não compensa o cooperado pegar”, explica Claudio Rodrigues, presidente da Cooperativa.

O isopor, por exemplo, é leve e ocupa muito espaço, o que encarece o frete.

Marli, que costuma separar isopor e embalagens de salgadinhos, não gostou nada de saber que o trabalho dela é em vão. “Não tem sentido, perda de tempo”, diz Marly Madruga.

Para a ambientalista Delaine Romano faltam estímulos e investimentos para a reciclagem.
“A gente acaba criando um problema pras cooperativas, porque isso é um resíduo que depois, às vezes, ela tem q pagar pra alguém recolher. Então onde não tem essa comercialização, não tem porque o município descartar o material”, explica Delaine Romano, especialista em reciclagem da Abes, Associação Brasileira de Engenharia Ambiental.

Tecnologia já existe, mas as iniciativas são pontuais. Uma fabricante de salgadinhos transforma embalagens usadas em prateleiras para expor os produtos. A montadora do Paraná usa uma máquina para triturar e tirar o ar do isopor - que é transformado em sanca, forro e rodapé.

Tecnologia semelhante à usada por outra cooperativa em São Paulo. O material que enche um sacão de mil e 500 litros, depois de processado vira pecas que, juntas, pesam mais de 20 kg. Isso torna viável o transporte até as empresas de reciclagem.

“Nós compramos a 25 centavos o quilo e ele já processado nós conseguimos vender a 90 centavos o quilo”, diz Elma Miranda, presidente da cooperativa.

Pena que é a única da cidade a reaproveitar o isopor. O produto que vira régua rende até R$1.800 por mês para quem trabalha no local.

“É benfeitoria pra gente mesmo, pro Brasil, também porque se fosse pra jogar eles no lixo, onde ia acumular”, declara Maria de Jesus da Silva, cooperada.


Fonte: Globo.com 
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