sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Ficha limpa



A qualidade dos pneus usados no carro pode interferir no consumo de combustível? A resposta é sim, e de maneira significativa: redução de 5% a 7% de consumo e, em consequência, menor emissão de poluentes. Estima-se que, com essa economia de combustível, um motorista que roda 50 km por dia deixa de poluir o equivalente a 200 garrafas PET não recicladas. Para deixar mais transparente essa relação, o Inmetro vai tornar obrigatória a etiquetagem para pneus.

A avaliação da qualidade do produto será feita com base na capacidade de frenagem em piso molhado, no nível de ruído e na resistência ao deslocamento, ou seja, o índice do atrito da borracha com o solo. "Quanto maior a resistência ao deslocamento, maiores são o consumo e a emissão de poluentes", diz o técnico do Inmetro Fábio Real, acrescentando que a etiqueta também tem a intenção de tornar o pneu ainda mais seguro para o consumidor ao fazer o teste de frenagem. Já o teste de ruído tem o objetivo de aferir a poluição sonora na rodagem. O programa nacional segue os padrões utilizados na Europa, que a partir de novembro deste ano só comercializará pneus devidamente etiquetados. Fábio Real salienta que o Brasil ainda tem necessidade de investir na construção de um laboratório independente, pois atualmente os testes só podem ser feitos em cinco institutos europeus credenciados pelo Inmetro.

A portaria apresentada pelo Inmetro passou por consulta pública e deve ser publicada em setembro. A partir disso, os fabricantes de pneus terão o prazo de 18 meses para se adequar às regras. Para o comércio ainda haverá 36 meses para comercializar pneus sem a certificação. "A previsão é que em 2016 todos os pneus sejam vendidos etiquetados", diz Real.

Roberto Falkenstein, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Pirelli, afirma que os fabricantes estão preparados para atender a esse prazo. "As empresas foram devidamente consultadas antes da publicação da portaria, tanto quanto a normas quanto a prazos. Para os grandes fabricantes, produzir pneus de acordo com a etiquetagem será mais fácil, já que os produtos são globais e terão de se adaptar já neste ano aos padrões da Europa."

Fonte: Planeta Sustentável 

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