Um programa que transforma plástico em joias foi implantado
em um campo de refugiados indígenas na Argélia. A ideia da designer francesa Florie
Salnot é dar oportunidade para que as famílias possam se reestruturar.
O projeto é chamado de “Garrafa de Plástico” e une
reciclagem, consumo sustentável e combate à pobreza. Para a comunidade
saharauis, produzir as peças não é difícil. Isso porque eles já tinham o
artesanato como tradição, o que os impedia de criar era a falta de recursos e
matéria-prima.
Por isso, a designer desempenhou um grande papel social ao
disponibilizar as ferramentas de trabalho. Florie também ensinou o grupo a
fabricar joias com areia e garrafas PET descartadas.
O projeto foi implantado com a ajuda da instituição de
caridade Sandblast. Eles se empenham em conscientizar as pessoas sobre o
conflito no Saara Ocidental e capacitar a comunidade através das artes.
“Eu projetei uma técnica com ferramentas específicas para
permitir que os saharauis possam produzir algumas peças de joalheria com
recursos muito limitados e que estão disponíveis em seus campos, ou seja:
garrafas de plástico e areia”, explica a designer.
Os objetivos do projeto são: oferecer uma forma sustentável
para a geração de renda, apresentar a técnica e as ferramentas disponíveis para
que cada um possa desenvolver suas criações e também revigorar suas tradições
artesanais locais de forma original.
A técnica de Florie
começa com a pintura da garrafa de plástico. Em seguida, ela é cortada
em tiras finas com uma ferramenta de corte. Depois disso, qualquer tipo de
desenho pode ser feito através do posicionamento de alguns pregos nos furos de
uma placa que a designer usa como molde. A faixa de plástico é colocada nesta
placa e fica submersa em areia quente. Em seguida, reage ao calor reduzindo o
material ao formato de uma joia. A peça ainda passa por um pequeno processo de
finalização, mas a designer afirma que a técnica é muito simples.
Os saharauis são antigos povos nômades que viviam no Saara
Ocidental. Até que em 1975 o Marrocos anexou seu território. Isso fez com que
mais da metade desse povo passasse a viver no exílio, em um trecho do deserto
argelino. O trabalho da designer e da instituição Sandblast ajuda-os a depender
menos de ajuda humanitária e conseguirem sua renda através do próprio esforço.
Fonte: CicloVivo