A indústria de motores Anauger desenvolveu uma tecnologia
100% nacional, que capta raios solares e os transforma em fonte de energia
através de painéis fotovoltaicos, a fim de promover o funcionamento das bombas
de irrigação. O sistema promete ajudar a mudar a vida de pequenos agricultores.
Detalhe: a inovação dispensa a eletricidade e pode representar um avanço
significativo para áreas como a do Nordeste brasileiro, que sofrem com a falta
de recursos hídricos e energéticos.
"As bombas ficam submersas em poços, reservatórios e
cisternas, funcionando por um sistema de vibração para captação de água e
irrigação da terra", explicou ao Brasil Econômico o diretor comercial da
empresa, Marco Aurélio Gimenez.
Pelo fato de poder ser instalada em qualquer lugar, Gimenez
lembrou que sua utilização vai além do setor agropecuário, podendo ser
utilizado também em parques, praias, condomínios residenciais e comerciais.
"Esse produto chega em momento crucial, em que estudos revelam que mais de
1 bilhão de pessoas, a maioria vivendo nas grandes cidades, poderão ficar sem
água em 2050", argumentou.
No entanto, o desenvolvimento do produto, de acordo com o
empresário, não se deu apenas por esses motivos, mas por conta de a
sustentabilidade ser uma das missões da companhia. "Estávamos há 10 anos
buscando alternativas para o funcionamento sustentável das bombas. Ela está há
um ano no mercado", detalhou o executivo, que garante não existir ainda no
mundo um produto de igual tecnologia.
"Os modelos disponíveis no mercado utilizam um sistema
como o bombeamento de motores a diesel e gasolina ou ainda sistema de roda da
água que geram impactos ambientais", observou Gimenez, ao ressaltar que a
eficiência vibratória acaba sendo maior que a dos modelos tradicionais por
conta de a energia ser armazenada em capacitores - tipo de bateria, que fornece
energia para as bombas.
Sistema híbrido
As bombas da Anauger tem capacidade para bombear 8 mil
litros de água por dia, e em dias chuvosos de 500 a 600 litros. Mas o investimento
da empresa não para por aí. Gimenez contou que a companhia está empenhada em
buscar novas fontes alternativas para ampliar a aplicação dos sistemas de
bombeamento.
"Estamos desenvolvendo bombas por geradores eólicos.
Nossa meta é oferecer em 2013 um sistema híbrido, que poderá funcionar 24 horas
por dia", projetou o executivo.
Quanto ao investimento, Gimenez argumentou que a instalação
da bomba a partir de uma distância de 300 metros da rede já significa lucro,
uma vez que não será mais preciso arcar com custos de energia junto a uma
companhia distribuidora elétrica. Segundo ele, o sistema de geração de energia
fotovoltica tem durabilidade de 25 anos. "O custo pode ser alto no início
(o valor do sistema completo de cada bomba é de R$ 3 mil), mas em 10 anos esse
investimento é amortizado", ponderou.
Fonte: EcoDesenvolvimento