A Starbucks está desenvolvendo um projeto com cientistas a
fim de transformar todo o lixo produzido pela companhia em ingrediente para a
produção de bioplásticos e detergentes. O plano sustentável busca reduzir a
pegada de carbono da rede multinacional.
Estima-se que a empresa despeje, anualmente, 1,3 bilhão de
toneladas de resíduos em aterros sanitários. Para reduzir esse número, a
Starbucks anunciou seu novo projeto durante o 244º Encontro Nacional da
Sociedade Química Americana.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Hong Kong, na
China, busca encontrar maneiras de aproveitar a borra de café e os produtos
vencidos das lojas na produção de substâncias úteis. O estudo está em fase de
testes e a líder da pesquisa, Carol Lin, acredita que o procedimento poderia
gerar um grande retorno para a empresa.
"Cada pessoa em Hong Kong produz, em média, meio quilo
de resíduos de alimentos por dia. É o mais alto, em média, de todos os países
asiáticos", disse Carol à Revista Scientific American. Segundo a pesquisadora,
a previsão é de que três dos aterros sanitários da cidade atinjam sua
capacidade total até 2018.
A técnica consiste em colocar as borras de café e os outros
resíduos em uma mistura com fungos. Consequentemente, serão geradas enzimas,
que quebram os carboidratos transformando-os em açúcares simples. A mistura é
então transferida para um tanque de fermentação, onde as bactérias convertem os
açúcares em ácido succínico. Esta substância é a mesma utilizada na produção de
produtos como sabão, bioplásticos e medicamentos.
Para Carol, o método em desenvolvimento será uma alternativa
mais sustentável do que usar alimentos na produção de biocombustíveis, pois
acredita que, ao longo prazo, pode contribuir com o aumento e escassez de
alimentos em algumas regiões do mundo. “Utilizando resíduos de alimentos como a
matéria-prima em uma biorrefinaria, certamente seria uma alternativa eficaz”,
afirmou.
A pesquisadora também afirma que há grandes empresas
internacionais interessadas no projeto e no momento os pesquisadores buscam
provar que o método é economicamente viável.
Com informações da Revista PEGN e Scientific American.
Fonte: CicloVivo