Depois da última Convenção do
Clima, realizada na África do Sul em 2011, chegou a vez do Qatar que, de 26/11
a 07/12, receberá representantes de cerca de 190 países para participar da
COP18 ou 18ª. Conferências das Partes da Convenção de Mudanças Climáticas,
organizada pela ONU, na cidade de Doha.
Acontece que a situação por lá é
bastante delicada já que o país é o maior emissor de gás carbônico per capita
do planeta. Com apenas 1,6 milhão de habitantes – menos do que a cidade de
Manaus, no Amazonas, que tem 1,7 milhão de pessoas –, a monarquia absolutista
emite 53,5 toneladas de CO2 por pessoa todos os anos.
A boa notícia é que já tem gente
se mobilizando para reverter essa situação: os imames - pregadores e principais
líderes religiosos do Islã – se envolveram em ações contra as mudanças
climáticas. Para lembrar as pessoas da responsabilidade que todos têm de cuidar
do planeta, eles pretendem ajudar com o que eles sabem fazer melhor: pregar.
Durante a COP18, mais de 150
mesquitas – local de culto para os seguidores do islã – no Qatar vão ecoar
versos do Alcorão que falam sobre o meio ambiente. E não há o menor risco de os
fiéis se enjoarem da pregação: existem mais de 1.500 versos “ecológicos” que os
imames podem entoar durante esses sermões tão especiais. Assim, eles esperam
incitar a população a adotar práticas mais sustentáveis no seu dia a dia, como
evitar o desperdício de água e não derrubar árvores.
Para levar a preocupação
ambiental ao público e tornar a Convenção das Nações Unidas mais conhecida e
inclusiva, as mesquitas definiram um calendário de ação:
- em 27/11, os sermões falarão
sobre preservação dos recursos naturais e a redução do consumo de energia;
- as mudanças climáticas vão ser
o assunto religioso do dia 30/11, e
- em 04/12, grupos especiais se
reunirão para difundir ainda mais a mensagem.
Não vai dar para ver tão cedo o
resultado de tanta pregação, mas quem sabe os efeitos dessa ação podem ajudar a
compor um cenário de menos impactos até a Copa do Mundo de 2022, quando os
olhos do mundo estarão mais uma vez – e fanaticamente – voltados para o Qatar.
Será que a religião pode
contribuir para reduzir os efeitos das mudanças climáticas?
Fonte: Superinteressante