No mundo da ciência, (quase) tudo
é possível. Daqui algum tempo, é possível que etanol seja obtido a partir de
enzimas de… baratas.
Pesquisadores da UFRJ estão
analisando duas espécies: a Periplaneta americana, comum e encontrada em
esgotos e escondidas nas casas, e a Nauphoeta cinerea, um tipo de barata da
América Central, mas que hoje é encontrada em vários lugares do planeta.
Os insetos foram alimentados
somente com cana e, ao se adaptarem, produziram enzimas especializadas capazes
de digeri-la. Com a degradação do bagaço, as baratas geram açúcares que poderão
produzir o combustível por meio de fermentação.
“Os resultados são bastante
promissores. Essa adaptação que o inseto faz ao bagaço tem sinalizado que dele
podem vir novas fontes de enzimas“, afirmou o professor Ednildo de Alcântara
Machado, do Instituto de Biofísica da UFRJ, em entrevista ao G1. O etanol ainda
não foi obtido, pois a pesquisa está nas fases de condicionar os animais para
consumir o bagaço e de identificação das enzimas especializadas.
As baratas foram as escolhidas
por serem altamente adaptáveis. “O que parece ser interessante é que quando
você muda a biomassa usada como comida, ela se adapta. Em dez dias, em média,
ela começa a produzir uma série de enzimas especializadas para quebrar o
alimento”, afirma.
No futuro, a ideia é isolar as
enzimas produzidas pelas baratas e, com elas, retirar o açúcar do bagaço da
cana em laboratório.
Fonte: Superinteressante