Quatro maneiras inusitadas de reduzir o rastro deixado pelo
lixo que geramos.
1. FUNGO QUE SE ALIMENTA DE PLÁSTICO
Na floresta tropical, tudo pode virar alimento: raízes,
sementes, rodinhas de skate, travesseiros e até camisinhas! Isso mesmo, você
não leu errado: travesseiros, rodinhas e camisinhas. É que cientistas da
Universidade de Yale (EUA) descobriram um fungo comum nesse habitat úmido e
quente que digere poliuretano (PUR), polímero de que são feitas essas e outras
coisas que se acumulam nos lixos da cidade, incluindo lixo tecnológico. O fungo
Pestalotiopsis microspora reduz e utiliza o poliuretano como substrato para
crescer em ambientes anaeróbicos. Segundo o estudo, a descoberta pode trazer
novas soluções para o lixo plástico.
2. COCÔ DE CACHORRO REVERTIDO EM TEMPO DE USO NA INTERNET
Em dez parques da Cidade do México, levar o cachorro para
fazer cocô pode render alguns bons minutos de acesso a internet rápida, sem
custo. Isso graças a um equipamento (batizado de Poo Wifi) instalado nesses
espaços públicos. As fezes dos cães, recolhidas pelos donos, viram crédito para
usar a internet wireless: basta colocá-las nos sacos plásticos disponíveis e
depositá-las em uma máquina que, então, calcula o peso das necessidades do pet
e gera crédito em minutos para acessar a internet de graça ali. Quanto maior o
volume, mais tempo de acesso. A campanha foi idealizada pela agência de
publicidade DDB México para o portal Terra, a fim de educar os donos de cães
que esquecem que a calçada não é vaso sanitário. Tem surtido efeito.
3. BITUCA DE CIGARRO SE TRANSFORMA EM PALETES PLÁSTICOS
Apesar de pequeninas, as bitucas são descartadas aos
milhões, todos os dias, no chão. E, conforme o papel se degrada, o filtro, que
reteve parte das toxinas, libera essas substâncias no solo. A TerraCycle,
empresa canadense de reciclagem, encontrou uma solução pioneira para isso. Ela
recebe esse lixo através de uma rede de coletores voluntários - pelo correio e
com frete pago - e o utiliza na confecção de paletes plásticos. Restaurantes e
empresas podem enviar suas bitucas, e a Terracycle doa para a caridade 1 dólar
para cada libra (cerca de 450 gramas) de tocos recolhidos. A empresa atua no
Brasil, mas a brigada que recolhe cigarros ainda não opera por aqui.
4. MAPEAMENTO POR TAGS INTELIGENTES
Um cartucho de impressora usado pode percorrer até 6000
quilômetros até chegar a seu destino final, onde será reciclado. O caminho
feito pelo lixo foi rastreado pela equipe do Laboratório SENSEable City (EUA),
com a ajuda de pequenas tags inteligentes acopladas a ele. A experiência foi
desenvolvida pelo professor Carlo Ratti, do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts, o MIT (EUA), que já acompanhou a trajetória do lixo em cidades
como Nova York e Londres. Cada sensor envia dados de sua localização via sinal
de celular. O resultado da pesquisa gerou uma questão importante: como melhorar
o aproveitamento do lixo quando a emissão de carbono para seu transporte não
compensa os benefícios trazidos pela reciclagem? Vale saber que, por aqui, o assunto
também está em voga. Uma parceria entre a Coopamare e a Universidade de São
Paulo mapeou a rota de catadores. Tudo para assegurar um futuro de decisões
mais sustentáveis sobre aquilo que descartamos.
Fonte: Planeta Sustentável